Paulo Guedes volta a pedir ajuda de empresários para aprovar reforma que destrói os serviços públicos e defende aprovação mesmo em ano eleitoral

Em evento na última sexta-feira, 10, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a pedir a ajuda de empresários pela aprovação da reforma administrativa (PEC 32/2020). Guedes quer que o empresariado intervenha junto a parlamentares e à opinião pública para que o governo obtenha os votos necessários para destruir os serviços públicos.

Notícias Relacionadas

Lira cobra parlamentares sobre reforma administrativa e diz que proposta é branda aos olhos de quem paga imposto

Em editorial, Folha ataca funcionalismo e defende reforma administrativa

Lira volta à carga pela reforma administrativa; presidente do TCU endossa coro e defende fim do regime jurídico único no serviço público

Sintrajufe/RS visita colegas em Gravataí e Cachoeirinha e conversa sobre antecipação da reposição salarial, combate à PEC 32 e outras pautas importantes para a categoria

Em sua fala, o ministro também falou sobre a possibilidade de aprovar a reforma em 2022 mesmo com a proximidade das eleições: Há uma convenção no mundo político de que ano de eleição não se faz reforma, não se faz nada, joga parado e o recado que eu recebi aqui da classe empresarial é ˜não, vamos prosseguir com as reformas™. Essas reformas são importantes, ajudam o Brasil a crescer e trazem votos , disse. Guedes busca mobilizar alguns dos principais interessados no desmonte dos serviços públicos para fazer frente à pressão que servidores e servidoras vêm construindo há meses contra a PEC 32. O portal iG noticiou que, segundo um dos participantes do encontro, o ministro afirmou que a reforma administrativa esbarra em lobbies fortes de alguns setores do funcionalismo público .

O evento no qual Guedes falou foi um almoço na casa do empresário João Carlos Camargo, fundador do grupo Esfera. Participaram do encontro nomes como Abílio Diniz, da empresa de investimentos Peninsula Participações e acionista do Carrefour, o banqueiro André Esteves, do BTG, André Schwartz, presidente do banco Genial, Candido Pinheiro, dono da Hapvida, Eugenio Matar, sócio da localiza, Flavio Rocha, da Riachuelo, o empresário Lirio Parisotto e Rubens Menin, presidente da MRV Engenharia, entre outros.

Nove dias para derrotar a reforma em 2021

Embora Guedes faça promessas aos empresários, sabe-se que em 2022 aprovar a reforma será ainda mais difícil para o governo, por conta do calendário eleitoral. Assim, neste momento, o desafio é impedir a votação da PEC em 2021, além de já começar a preparar a luta do ano que vem. Como o Congresso entra em recesso em 22 de dezembro, faltam apenas nove dias para derrotar a reforma administrativa em 2021!

Para reforçar a mobilização, o Sintrajufe/RS envia nesta semana mais uma delegação a Brasília, onde sindicatos de todo o país estão pressionando diretamente os parlamentares. Além das ações nas ruas, também nas redes é preciso ampliar essa pressão. Veja abaixo como fazer a sua parte.

Envie mensagens a deputados e deputadas do RS e pressione contra a PEC 32!

A pressão sobre deputados e deputadas tem que ser total. Mande mensagens por WhatsApp e e-mail, comente nas redes sociais deles. Com nossa mobilização, podemos derrotar essa proposta.

Já há manifestações de parlamentares afirmando que votarão contra a PEC 32/2020. Enviaram ao Sintrajufe/RS mensagens nesse sentido as deputadas Fernanda Melchionna (Psol) e Maria do Rosário (PT) e os deputados Bohn Gass (PT), Henrique Fontana (PT), Heitor Schuch (PSB), Marcon (PT), Paulo Pimenta (PT) e Pompeo de Mattos (PDT). O PSB também já manifestou posição contra a proposta, assim como o deputado Afonso Motta (PDT).