O Sintrajufe/RS vem alertando que nada está definido quanto à reposição salarial. Isso se comprova com a declaração de Jair Bolsonaro (PL), nessa quinta-feira, 19, de que nem o reajuste de 5% a todos os servidores e servidoras está definido. Ele afirmou que o governo pode cortar até R$ 17 bilhões do orçamento dos ministérios para atender a despesas extras, incluindo a reposição, que, de acordo com o presidente, equivaleria a R$ 7 bilhões neste ano. A campanha salarial unificada deve se fortalecer nos próximos dias, com atos públicos e outras atividades, a fim de arrancar a reposição salarial até julho, data-limite pelo calendário eleitoral.
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Assim como o ministro da Justiça, Anderson Torres, dias atrás, Bolsonaro ressaltou que “o martelo não está batido”. E voltou a falar em reajustes maiores para alguns setores ao afirmar que há um “impasse” com outras categorias devido à possibilidade de um reajuste diferenciado para os policiais rodoviários federais e os agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), segmentos nos quais o governo tem apoio.
Bolsonaro faz o jogo da confusão; o “possível para o momento” também é jogo do governo
Em uma rápida busca na internet, encontram-se, de fevereiro até agora, diversas notícias em que aparece a expressão “Bolsonaro recua” ligada à questão salarial. As declarações desencontradas são propositais, o governo aposta na confusão e na desinformação para desmobilizar o funcionalismo. Bolsonaro disse, de forma vaga, que vai “pedir para o nosso pessoal e os presidentes dos sindicatos se encontrarem para chegar a um acordo”.
O fato é que, até o momento, não há processo de negociação aberto com a maior parte das entidades representantes de servidores e servidoras. De concreto, apenas a consulta feita pela Casa Civil junto aos órgãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns sites divulgaram, nos últimos dias, que o índice de 5% é o que o STF tem a oferecer, o “possível para o momento”. No entanto, contrariando essa avaliação, o aumento anual dos orçamentos dos tribunais comportariam uma reposição bem maior.
Mobilização tem que aumentar para arrancar a reposição até julho
A recomposição emergencial de 19,99%, referente às perdas nos três primeiros anos de governo Bolsonaro, tem limite para ser aprovada. De acordo com a legislação, considerando o período eleitoral, esse prazo é 4 de julho. A campanha unificada dos servidores e das servidoras federais tem um calendário de mobilização para o próximo período, que precisa ser reforçado com a presença dos colegas. Nessa quinta-feira, 19, o Sintrajufe/RS realizou uma rodada de assembleias de base, no Dia de Mobilização. Nas atividades, a categoria reafirmou que os 5% aventados pelo governo não são suficientes. A luta se mantém pela recomposição emergencial de 19,99%.
No dia 31, haverá dois atos públicos em Brasília, e o Sintrajufe/RS enviará uma delegação. Em breve serão divulgadas informações sobre inscrições. Nesse dia, pela manhã, será realizado ato político no Espaço do servidor, com caminhada até o Ministério da Economia; às 14h, haverá um grande ato pela recomposição salarial no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
Confira o calendário: |
26 de maio – Audiência Pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados (CTASP), com participação da Fenajufe e do Sintrajufe/RS; |
30 de maio – Ato pela recomposição da indenização de transporte dos oficiais de justiça em frente ao Conselho da Justiça Federal (local a confirmar) |
31/5 – Em Brasília: pela manhã, ato político no espaço do servidor; à tarde, grande ato pela recomposição salarial |
1º de junho – Dia de pressão e mobilização no Congresso Nacional, com visita aos gabinetes dos parlamentares |
Fonte: Metrópoles, Correio Braziliense
