SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MEMÓRIA

Quase metade dos deputados e deputadas não se reelegeram em 2022, entre eles o relator da reforma administrativa: quem vota contra os trabalhadores, não volta

As eleições de outubro deste ano levaram à reeleição de 54% dos deputados e deputadas que estavam na composição anterior. Dos 46% que não mantiveram os cargos, muitos votaram, nas comissões da Câmara dos Deputados, a favor da reforma administrativa (PEC 32/2020), contra os servidores e servidoras. Entre eles, o relator da proposta, que acabou não aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL), o agora quase ex-deputado Darci de Matos (PSD-SC).

Dos 513 deputados e deputadas federais eleitos em 2018, 280 garantiram a permanência, enquanto 233 ficaram de fora. Na nova composição do Congresso, muitos votos ainda estão indefinidos sobre uma das principais votações aguardadas para os próximos dias, da PEC da Transição (PEC do Bolsa Famí­lia). Para esses indecisos, o recado das últimas jornadas é claro: se votar contra os trabalhadores, não volta!

Relator da reforma administrativa

Darci de Matos foi, em determinado momento do governo Bolsonaro, uma das principais figuras na sustentação da proposta de reforma administrativa. Assim, transformou-se, também, em um dos alvos preferenciais da forte campanha feita por servidores e servidoras em todo o Brasil para barrar a propostacampanha que acabou alcançando seu objetivo. Matos foi exposto, inclusive, em outdoors que denunciavam os parlamentares que apoiavam a reforma e votaram a favor dela nas comissões da Câmara. Em meio a esse desgaste, não conseguiu os votos necessários para reeleger-se deputado.


Reforma trabalhista também cobrou seu preço nas urnas

Movimento semelhante aconteceu em relação à reforma trabalhista, aprovada em 2017: no Rio Grande do Sul, por exemplo, 50% dos deputados gaúchos que votaram a favor daquele grave ataque aos trabalhadores não foram reeleitos em 2018. Dois protagonistas da aprovação da reforma trabalhista também não foram reeleitos. Um deles foi o gaúcho Ronaldo Nogueira (PTB), que, empossado ministro de Trabalho em maio de 2016, esteve à frente na formulação e na apresentação do projeto. Ele perdeu 19% dos votos em relação à eleição de 2014. O relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), também não conseguiu votos suficientes para voltar à Câmara.