SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

Ato

Preços dos combustí­veis disparam sob Bolsonaro; Sintrajufe/RS participa de ato em defesa da Petrobras estatal e da Refap

Na manhã desta quinta-feira, 18, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro/RS) realizou ato público em defesa da Petrobras estatal e da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). O Sintrajufe/RS participou da atividade, que também reuniu outras pautas de enfrentamento às polí­ticas do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Os petroleiros estão mobilizados em diversas partes do paí­s, e, na Bahia, estão, inclusive, em greve.

A agenda do governo prevê a privatização de oito das 13 refinarias da Petrobras, inclusive a Refap, no RS. Os efeitos serão devastadores: perdas de empregos, investimentos e de muitas empresas que fazem parte da mesma cadeia e que irão à falência se o projeto de privatização se confirmar; risco de desabastecimento do paí­s; mais aumentos no preço dos combustí­veis; além da queda de arrecadação de estados e municí­pios (no RS, 15% do ICMS e 8% da receita total são ligados à Petrobras).

O diretor do Sindipetro Dari Beck aponta que há um estudo da PUC-RJ que afirma que a venda da Refap com seus terminais criará um monopólio privado no RS. Considerando que o diesel impacta em 11% do PIB gaúcho, imagine o que acontecerá. Além disso, haverá impacto na arrecadação de royalties para os municí­pios do litoral. Esse dinheiro depende do uso pela Refap de petróleo nacional. Hoje, ela faz isso porque a Petrobrás produz. O novo dono pode optar por trazer petróleo de outro paí­s, zerando essa arrecadação. Canoas terá uma queda expressiva do seu ICMS. Na melhor hipótese, R$ 250 milhões a menos por ano. Fora o impacto em empregos locais .

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A luta em defesa da Petrobras estatal está inserida no combate às amplas polí­ticas de privatização conduzidas pelo governo Bolsonaro. Faz parte do mesmo projeto de paí­s, ainda, a destruição do Estado, que tem, neste momento, na reforma administrativa, um de seus principais eixos. O diretor do Sintrajufe/RS Zé Oliveira esteve no ato e denunciou essa agenda: essa não é uma luta isolada, a luta em defesa da Petrobras e da manutenção da Refap se insere em uma luta geral contra o governo genocida de Bolsonaro, que entrega a soberania nacional, que desmonta os serviços públicos, ataca direitos. No momento grave pelo qual o paí­s passa, essa unidade é fundamental .

O diretor Marcelo Carlini, que também participou da mobilização desta quinta-feira, avalia que a luta contra a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil se confunde com a luta contra a reforma administrativa: Defender os serviços públicos e o patrimônio do povo brasileiro é uma luta de todos , completa.

Novo aumento nos preços dos combustí­veis

Nesta quinta-feira, o governo Bolsonaro também anunciou novo aumento nos preços dos combustí­veis. Já é o quarto aumento no ano para a gasolina, o terceiro para o diesel. Nas refinarias, o valor da gasolina já acumula alta de 34,78% em 2021, enquanto o preço do diesel já subiu 27,72%. No ato dessa manhã, os petroleiros denunciaram que o aumento é causado pela pressão dos acionistas privados da Petrobras. Conforme Dari Beck, o aumento de preços ocorre porque o governo federal, desde Michel Temer, resolveu atrelar o preço interno ao preço de paridade de importação (PPI). Quem quiser trazer diesel e gasolina dos EUA, terá lucro por causa dessa polí­tica. O que não tem sentido, já que o Brasil é autosuficiente e poderia cobrar um custo menor .