A Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte, pertenciam à Petrobras e foi vendida para a 3R Petroleum. Apenas 24 horas depois da privatização, foi anunciado um reajuste nos preços da gasolina e do diesel. A concretização do negócio foi acertada em janeiro de 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL), e concluída no início de junho.
Notícias Relacionadas
Com o reajuste repassado ao consumidor, o preço do diesel S500 saltou de R$ 2,85 para R$ 3,36, um aumento de R$ 0,51 por litro. Já a gasolina saiu de R$ 2,68 pela para R$ 2,91, um acrescimento de R$ 0,23 por litro.
Os aumentos devem impactar as contas dos consumidores e interrompem uma sequência de redução dos preços de combustíveis que ficou quase imperceptível na política de preços de combustíveis no Rio Grande do Norte.
Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem falado em fortalecer a presença da empresa no Nordeste. A estatal está reavaliando a venda de ativos de óleo e gás na região, ao mesmo tempo em que busca transformar a região em um importante polo de investimentos em transição energética. No entanto, alguns processos de venda iniciados no governo Bolsonaro estão em fase de conclusão. É o caso do Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte.
Além do aumento nos preços dos combustíveis, a venda do Polo Potiguar vai afetar a vida de cerca de 2.400 trabalhadores e trabalhadoras, entre concursados e celetistas. Segundo a diretoria do Sindipetro-RN, cerca de 300 pessoas foram demitidas e outras 950 já receberam aviso prévio.
O Polo Potiguar
A aquisição pela 3R Petroleum, compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 20 concessões, sendo três concessões marítimas e 17 concessões terrestres, além de infraestrutura de operação já instalada, como as instalações do Ativo Industrial de Guamaré (AIG), que compreendem unidades de processamento de gás natural (UPGN) e um Terminal Portuário, e a refinaria Clara Camarão.
Segundo a Federação única dos Petroleiros (FUP), a transação foi precificada em 1,38 bilhão de dólares. A empresa 3R pagou 1 bilhão e 98 milhões de dólares pelo polo que produz cerca de 6 bilhões de dólares brutos por ano, sem tirar as despesas. Na assinatura do contrato, a empresa desembolsou apenas 8% do valor total, ou 110 milhões de dólares, o equivalente a R$ 572 milhões. Os valores restantes serão pagos em quatro anos, a partir de março de 2024.
Fonte: CUT Brasil