O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, não será vendida em sua gestão. O anúncio foi feito na sexta-feira, 26, em encontro com os trabalhadores e as trabalhadoras da refinaria. A Refap não será objeto de desinvestimento. As refinarias trabalharão em parceria e não competindo uma com as outras , afirmou.
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Esta é a primeira refinaria que visito desde que assumi a presidência e afirmo a vocês que todos têm um presidente petroleiro, que defenderá uma gestão colaborativa e cooperativa , destacou.
Prates inaugurou uma das maiores obras da área de refino da companhia, o precipitador eletrostático, que exigiu investimentos de R$ 88 milhões. O equipamento é um sistema de tratamento para os gases de combustão da unidade de craqueamento catalítico da refinaria, o que representa significativos ganhos ambientais.
Durante sua manifestação, Prates lembrou do grande número de casos de trabalhadores com adoecimento mental dentro do Sistema Petrobras. Segundo ele, as mudanças e a quantidade de pessoas que está sofrendo em função dos períodos de incertezas vivenciados, das trocas de turnos, de transferências, mudanças trabalhistas, evidenciam a importância do diálogo com o Sindipetro. O Sindicato tem permissão e legitimidade para dialogar com a gestão , avaliou.
Agora a luta é para que as refinarias que foram vendidas voltem a ser 100% Petrobras
A presidente do Sindipetro/RS, Miriam Cabreira, afirmou que a última vez que os gestores da Petrobras estiveram no local foi para informar que a refinaria seria vendida. A gente, além de se sentir desvalorizado e desrespeitado, viveu um processo muito doloroso , acrescentou.
A dirigente sindical destacou que somente em 2012 a Refap voltou a ser 100% Petrobras e, em 2018, as petroleiras e os petroleiros foram novamente ameaçados de terem o seu local de trabalho vendido. Para ela, não é à toa que a Petrobrás vive, hoje, um dos piores momentos de adoecimento mental entre seus trabalhadores.
Fizemos uma intensa luta para manter esta unidade como Petrobras, que só não foi vendida por muito pouco, e tenha certeza de que os petroleiros e petroleiras do RS vão continuar a luta, para que as unidades que foram vendidas retornem ao Sistema Petrobras , concluiu Miriam.
Empresas retiradas da lista de privatização
Em maio, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que a Trensurb será retirada da lista de empresas que constam no Programa Nacional de Desestatização (PND) para serem privatizadas. Em abril, o governo Lula já havia retirado sete estatais da lista de privatizações criada pelo governo Bolsonaro. Lula (PT) afirmou que não irá privatizar nenhuma empresa estatal em seu mandato.
Foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND): Correios, Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF), Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec).
Três empresas foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI): a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) e a Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras).
Bahia: refinaria privatizada não adota política de preços e prejudica população
A refinaria Mataripe (antiga Landulpho Alves), privatizada por Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2021, foi comprada pela Acelen, vinculada ao fundo de investimentos Mubadala Capital, sediado em Abu Dhabi. Com o anúncio feito pelo governo Lula (PT) sobre modificações na política de preços e redução do valor dos combustíveis, a Acelen divulgou nota informando que não seguirá a mudança definida pelo governo.
Desde a privatização, o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro/BA) vem denunciando os prejuízos causados à população pela venda da refinaria. No final de 2022, o sindicato denunciava que os baianos pagam R$ 0,50 por litro a mais do que o restante do país . O Sindipetro/BA também afirma que houve uma grande mudança de comportamento na economia baiana e que empresas passaram comprar a gasolina e óleo diesel em outros estados, para contornar os preços altos.
Isso vem afetando, por exemplo, a arrecadação de impostos, os preços do gás de cozinha, as contratações de trabalhadores e trabalhadoras e postos de combustíveis. Tanto que o Sindicombustível (sindicato patronal) decidiu entrar com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que o órgão informasse qual é o limite que uma indústria privada tem na precificação quando atua em um monopólio regional.
Com informações de CUT Brasil