SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

AGENDA DERROTADA NAS URNAS

Nós irí­amos privatizar a Petrobras se Bolsonaro ganhasse a eleição , diz ex-ministro

Na última semana, o economista Adolfo Saschida, um dos mais influentes do governo de Jair Bolsonaro (PL), concedeu sua primeira entrevista após a troca de Presidência. Agora atuando na iniciativa privada, Saschida admitiu, jactando-se, que, caso Bolsonaro tivesse sido reeleito, a Petrobras seria privatizada.

Saschida ocupou cargos no Ministério da Economia, então comandado por Paulo Guedes, e, depois, foi ministro de Minas e Energia. Na entrevista da última semana, ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que seu norte sempre foi gerar competição e deu o que chamou de uma nova informação : nós irí­amos privatizar a Petrobras se o presidente Bolsonaro ganhasse a eleição . Explicou que o processo estava sendo preparado pelo governo e que chegou a ter os primeiros passos concretizados, sendo que havia várias propostas de como privatizar a Petrobras na mesa .

O economista disse que tinha o sinal verde de Bolsonaro para levar a ideia adiante. Pode fazer e vamos em frente , disse o então presidente quando Saschida avisou que, em seu discurso de posse no ministério, iria defender a privatização da Petrobras. Na ocasião, o discurso de fato incluiu o tema, com Saschida afirmando que todo seu pronunciamento foi expressamente apoiado e com 100% de aval de Bolsonaro e que seu primeiro esforço como ministro seria trabalhar pela privatização da Petrobras.

Na entrevista, Saschida foi disse que a privatização de fato foi tocada. Não foi só da boca pra fora . Ele lembrou que pediu ao Programa de Parceria de Investimentos (PPI), por meio do qual o governo anterior vinha realizando as privatizações, para que desse iní­cio aos estudos sobre a Petrobras, e o conselho do PPI aprovou o nosso pleito . E mais: Meu primeiro ato oficial foi solicitar ao ministro Paulo Guedes, a quem o PPI era subordinado, para incluir a PPSA e a Petrobras no processo de privatização. Então, eu acredito que teria o apoio do presidente para dar continuidade ao processo, caso ele ganhasse a eleição .

Porém, disse Saschida, agora, tudo mudou . Isso porque, conforme o ex ministro, o atual governo tem uma visão de mundo muito diferente da nossa , o que impede a entrega da Petrobras ao setor privado.

Empresas retiradas da lista de privatização

Sob o governo Lula (PT), a agenda de privatizações que vinha sendo conduzida por Bolsonaro, Guedes e Saschida foi suspensa. Em maio, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que a Trensurb será retirada da lista de empresas que constam no Programa Nacional de Desestatização (PND) para serem privatizadas.

Em abril, o governo Lula já havia retirado sete estatais da lista de privatizações criada pelo governo Bolsonaro. Na ocasião, foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND): Correios, Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF), Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). Três empresas foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI): a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) e a Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras).