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Nove deputados gaúchos votaram contra manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle; veja quem são eles

A Câmara dos Deputados decidiu, nessa quarta-feira, 10, manter a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes em 2018. Porém, 129 parlamentares votaram contra a manutenção da prisão, nove deles do Rio Grande do Sul.

Eram necessários 257 votos (maioria absoluta dos deputados) para manter a prisão de Brazão, de forma que abstenções também prejudicavam a votação favorável. No total, foram 277 votos pela manutenção da prisão, 129 contra e 28 abstenções.

Dentre os integrantes da bancada do Rio Grande do Sul, 20 votaram a favor, nove contra e dois se abstiveram. Todos os deputados do PL, o único deputado do Novo e o único deputado do Podemos foram contra a manutenção da prisão. Veja abaixo:

Votaram contra manutenção da prisão do acusado de mandar matar Marielle Franco
Bibo Nunes (PL)
Giovani Cherini (PL)
Marcel van Hattem (Novo)
Marcelo Moraes (PL)
Mauricio Marcon (Podemos)
Osmar Terra (MDB)
Pedro Westphalen (PP)
Sanderson (PL)
Zucco (PL)
Não votaram
Covatti Filho (PP)
Luiz Carlos Busato (União)

O deputado foi preso no dia 24 de março junto com o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles são acusados de serem mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Porém, a Constituição prevê que prisões de parlamentares no exercício do mandato têm de ser submetidas aos plenários da Câmara (em casos que envolvem deputados) ou do Senado (em casos que envolvem senadores).

O caso Marielle

Em março de 2018, quando voltava de um debate, de carro, Marielle sofreu uma emboscada no Centro do Rio de Janeiro. Ela e o motorista, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros. Após poucos avanços no âmbito estadual, o caso passou para a Polícia Federal em 2023. Até março, haviam sido apontadas as participações dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de serem os executores do atentado. Porém, uma delação premiada de Lessa levou a Polícia Federal a concluir que o assassinato foi encomendado por Domingos e Chiquinho Brazão. Conforme a delação de Lessa, a execução foi uma reação à atuação da vereadora contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral de Domingos e Chiquinho.

A Polícia Federal também identificou que o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, atuou no planejamento e para atrapalhar investigações. No ano do assassinato, o Rio de Janeiro estava sob intervenção federal comandada por Braga Netto, ministro de Jair Bolsonaro (PL) de 2020 a 2022 e depois seu candidato a vice em 2022. Rivaldo Barbosa foi nomeado um dia antes do crime como chefe da Polícia Civil pelo general Richard Nunes, apesar da contraindicação da Subsecretaria de Inteligência, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Com informações do portal G1 e de GZH