SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MANDEI, QUAL O PROBLEMA?

Bolsonaro admite que enviou mensagens de Whatsapp contra as urnas eletrônicas e mandou repassar ao máximo ; Sintrajufe/RS busca reparação a servidores da JE

Nesta quarta-feira, 23, Jair Bolsonaro (PL) admitiu que enviou mensagens de Whatsapp atacando as urnas eletrônicas e orientando que seu interlocutor repasse ao máximo seu conteúdo. Em declaração ao jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro reconheceu o envio, mas disse não ver qualquer problema em sua ação: Eu mandei para o Meyer [Nigri, fundador da Tecnisa], qual o problema? , defendeu-se.

Meyer Nigri, interlocutor de Bolsonaro na conversa, é um dos oito empresários que foram alvo de mandados de busca e apreensão por mensagens trocadas em um grupo de Whatsapp, quando defender um golpe de estado caso Bolsonaro perdesse a eleição. No celular de Nigri, foram encontradas mensagens de Bolsonaro, das quais uma chamou a atenção: nela, ele pede que o empresário repasse ao máximo um texto com informações falsas e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e às urnas eletrônicas:

PR Bolsonaro 8: O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o voto impresso ao lado da urna eletrônica, quando se reuniu com lideranças partidárias e o voto impresso foi derrotado. Isso chama-se INTERFERÚNCIA. Todo esse desserviço à democracia dos 3 ministros do TSE/STF, faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O DataFolha infla os números de Lula para dar respaldo do TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. REPASSE AO MáXIMO.

TRF4 decidiu a favor do Sintrajufe/RS em recurso de ação contra Bolsonaro por ataques a urnas e servidores da Justiça Eleitoral

No iní­cio de agosto, a 3ª Turma do TRF4 decidiu que o Sintrajufe/RS possui legitimidade na ação movida pelo sindicato contra Bolsonaro por seus recorrentes ataques à Justiça Eleitoral e aos servidores e servidoras do órgão. Por maioria, os desembargadores aceitaram o recurso da entidade à decisão em 1ª instância que negou a legitimidade do sindicato. Agora, o julgamento será enviado à turma estendida por conta do voto divergente do desembargador Cândido Silva Leal Junior.

A ação foi movida em agosto de 2022 pelo sindicato e baseia-se fundamentalmente no ocorrido durante a reunião de Bolsonaro com embaixadores de diversos paí­ses no dia 18 de julho do ano passado. Trata-se do mesmo evento que, em junho deste ano, sustentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar Bolsonaro inelegí­vel até 2030 por abuso de poder polí­tico e uso indevido dos meios de comunicação.