SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

OVELHA NÃO É PRA MATO

Pesquisa aponta que 68% da população do DF é contra as Forças Armadas fiscalizando eleições

Pesquisa divulgada na noite dessa quarta-feira, 24, demonstra que os movimentos de Jair Bolsonaro (PL) e da cúpula militar para tutelar as eleições de outubro via Forças Armadas não encontram apoio na maioria da população. Os números da pesquisa Metrópoles/Ideia, realizada com moradores e moradoras do Distrito Federal, apontam que 68% dessa população é contra a fiscalização das eleições pelas Forças Armadas .

Chama a atenção que os números aparecem justamente no Distrito Federal, onde a mesma pesquisa apontou um í­ndice maior de intenção de votos para Bolsonaro. Mesmo em um dos poucos estados onde o atual presidente leva vantagem nas pesquisas, a grande maioria da população é contra a tutela militar nas eleições que se aproximam. Bolsonaro vem defendendo até mesmo uma apuração paralela dos votos pelas Forças Armadas e, sem isso, não garante a aceitação de uma possí­vel derrota.

Apoio à democracia é recorde

O levantamento sai poucos dias depois de outra pesquisa, a Datafolha, apontar que o apoio à democracia no Brasil chegou ao seu maior ní­vel desde 1989, quando começou a ser medido. A pesquisa perguntou sobre a melhor forma de governo: se a democracia é sempre a melhor opção, se tanto faz uma democracia ou uma ditadura, ou se em certas circunstâncias é melhor uma ditadura. O levantamento mostrou que 75% dos brasileiros acreditam que a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo, contra 7% que acham que a ditadura é melhor em certas circunstâncias. Para 12%, tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura. O í­ndice de apoio à democracia sempre é o maior da série histórica; o de apoio à ditadura em certas circunstâncias, o menor.

Bolsonaro quer blindados e tratores lado a lado no 7 de setembro

Na contramão do que defende a maioria da população, Bolsonaro quer usar o 7 de Setembro para dar uma demonstração de força e unificar seus apoiadores em torno de uma agenda militarista para as eleições de outubro, reforçando a ameaça de golpe que vem fazendo no último perí­odo. Nesta quinta-feira, 25, o jornal Folha de S. Paulo noticia que Bolsonaro pediue será atendidoque blindados militares e tratores do agronegócio estejam lado a lado no desfile cí­vico-militar do Dia da Independência. Segundo aliados do governo, o objetivo é fazer com que os tratores demonstrem a força do agronegócio para a economia: O apoio do agronegócio ocorre por meio do Movimento Brasil Verde e Amarelo ” grupo bolsonarista do segmento, que participou nos atos do 7 de Setembro do ano passado, quando manifestantes atacaram instituições, entre elas o STF (Supremo Tribunal Federal) , diz a reportagem da Folha.

Ovelha não é pra mato! Cada coisa deve estar em seu devido lugar

Nos últimos meses, Jair Bolsonaro (PL) vem subindo o tom em suas tentativas de desacreditar o sistema eleitoral e preparar uma tentativa de golpe para o caso de perder as eleições marcadas para outubro. Essas ameaças e ataques à democracia, ao sistema eleitoral e aos servidores e servidoras da Justiça Eleitoralcuja honestidade e capacidade são colocadas em dúvida pelas declarações de Bolsonaronão começaram agora, mas vêm se acirrando à medida em que se aproximam as eleições. Ao mesmo tempo, Bolsonaro e os militares buscam tutelar o processo eleitoral por meio de uma apuração paralela , sem precedentes na democracia brasileira.

Contra esses ataques e em defesa dos servidores e servidoras da Justiça Eleitoral, o Sintrajufe/RS lançou na primeira quinzena de agosto a campanha Ovelha não é pra mato . O mote refere-se a um ditado popular sobre a necessidade de que cada coisa deva estar no seu devido lugar. A campanha, com outdoors, publicações nas redes sociais e spot de rádio, alerta: Quem cuida das eleições são os servidores e as servidoras da Justiça Eleitoral . E completa: O Brasil não aguenta mais nenhum golpe! .