SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

PRIVATIZAÇÕES

Distribuidora de energia do RJ privatizada em 1996, Light diz ter geração de caixa insuficiente e pede benesses governamentais; privatização da Eletrobras é criticada por Lula: quase bandidagem

Privatizada em 1996, a Light, empresa que realiza a distribuição de energia elétrica na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, está pedindo ajuda ao poder público. A empresa afirma que a sua concessão tem apresentado geração de caixa insuficiente para garantir sua sustentabilidade . Assim, quer mais benesses para garantir as operações. E o discurso de que as privatizações melhorariam a gestão das empresas?

Conforme a Light, o principal motivo da insuficiência são perdas não técnicas , como furtos (conhecidos como gatos ) e inadimplência. No terceiro trimestre de 2022, o í­ndice dessas perdas foi de 53,72%, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autoriza o repasse para os consumidores de apenas 40%. A Light quer o aumento desse repasse, ou seja, que o consumidor arque com os prejuí­zos que a empresa venha a ter. Uma privatização, assim, com poucos riscos para os acionistas e muitos problemas para os cidadãos.

Conforme o jornalista Lauro Jardim, a Light deve entrar em breve com pedido de recuperação fiscal, pois tem necessidade de financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos . Seus principais acionistas são conhecidos: desde 2020, Ronaldo Cezar Coelho (ex-tesoureiro do PSDB) detém 20% da empresa; 10% são propriedade de Beto Sicupira, um dos controladores da Americanas, envolvida em uma fraude biolionária.

Lula critica privatização da Eletrobras: quase uma bandidagem

Nessa terça-feira, 7, uma privatização, também no setor elétrico, conduzida por Jair Bolsonaro (PL), foi duramente criticada pelo presidente Lula (PT). Trata-se do caso da Eletrobras, vendida via Medida Provisória por Bolsonaro em 2021. A privatização teve como principais beneficiários os bilionários da 3G Capital que controlam a Americanas: Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles. O processo, concluí­do em julho do ano passado, resultou em perdas para os cofres públicos de pelo menos R$ 63 bilhões, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).

Para Lula, os termos da privatização da Eletrobras são leoninos contra o governo porque impedem que a União volte a ter controle acionário da empresa: Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo , disse Lula. E completou: Tanto na participação acionária nós queremos ter mais gente na direção, mais gente no conselho, quanto esse negócio de que você não pode comprar porque você vai pagar três vezes mais caro .

Com informações da CUT, do jornal O Globo e do G1