SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SEM SALáRIOS

Trabalhadoras e trabalhadores terceirizados que prestam serviço à Justiça Federal do RS vivem drama com salários atrasados e sem previsão de pagamento

Uma empresa que presta serviços terceirizados à Justiça Federal do Rio Grande do Sul está atrasando os pagamentos dos trabalhadores e trabalhadoras, que dizem não saber como vão pagar suas contas, inclusive despesas básicas. Segundo informações que chegaram ao Sintrajufe/RS, também os vales alimentação e transporte estão atrasados.

Trata-se da Múltipla Teleatendimento e Mão de Obra Ltda, cuja sede fica na Bahia, no municí­pio de Lauro de Freitas. Na Justiça Federal, o contrato foi estabelecido em fevereiro de 2023 e tem vigência prevista até abril de 2025, com a prestação de serviços de recepcionistas, telefonistas e intérpretes de Libras. A mesma empresa também presta serviços a órgãos como o Ministério da Justiça e Segurança Pública (na Polí­cia Rodoviária Federal e na Polí­cia Federal), ao Ministério da Infraestrutura (no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e ao Ministério da Economia.

Conforme um trabalhador vinculado à empresa e que atua na Justiça Federal, o atraso já ultrapassa dois meses. Meu aluguel venceu ontem. E não tenho nem celular para vender mais. Da outra vez que atrasou o vale alimentação, vendi meu celular para poder comer , relata.

Segundo os trabalhadores e as trabalhadoras, não há previsão de pagamento e a solução da empresa foi liberar os trabalhadores até que recebam seus salários, o que mantém o problema da falta de pagamento e também deixa a Justiça Federal sem a prestação do serviço contratado. O Sintrajufe/RS está procurando a A dministração para buscar uma solução urgente.

Terceirização é precarização

O problema não é novidade para quem acompanha a realidade de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados. A precarização do trabalho e a quebra de direitos andam juntas com a terceirização, e casos como esse se repetem continuamente.

Em 2022, ganhou destaque no RS o caso das merendeiras de Porto Alegre e Gravataí­ vinculadas às escolas públicas estaduais. Elas ficaram de maio a dezembro sofrendo com cortes nos salários. Em dezembro, o contrato de uma das empresas com o estado (a Benetton Serviços Terceirizados Ltda) terminou, e mais de 250 merendeiras foram demitidas. O pagamento dos atrasados só foi obtido no iní­cio do ano seguinte após diversos protestos e uma ação judicial.