SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Reportagem da Folha de S. Paulo alerta para assédio, sobrecarga de trabalho e suicí­dios no Ministério Público

O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta quarta-feira, 14, reportagem alertando para um problema grave que vem ocorrendo no Ministério Público e que também deve ser discutido no conjunto do serviço público, inclusive no Judiciário Federal: o assédio e a sobrecarga de trabalho que têm gerado até mesmo casos de suicí­dio.

A reportagem informa que, em menos de um ano, três servidores do Ministério Público de São Paulo se suicidaram, além de uma outra tentativa. Em março, outra matéria do mesmo jornal apontara que a Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp) vinha denunciando o crescente adoecimento de servidores e servidoras por conta de sobrecarga de trabalho, pressão psicológica, prazos curtos e assédio. A administração, por outro lado, atribui os suicí­dios a casos pontuais, de pessoas com problemas pessoais , conforme o jornal.

A situação que vem sendo apontada por estudos, porém, demonstra que o problema está, sim, no ambiente de trabalho, como detalha a reportagem da Folha: Uma pesquisa encomendada pela própria Comissão de Saúde do Ministério Público identificou, há mais de dois anos, riscos psicossociais na instituição. As respostas relacionadas à violência psicológica e ao assédio no ambiente de trabalho acederam um alerta ao revelarem hostilidades de parte dos superiores hierárquicos ”entre subprocuradores, procuradores e seus assessores. Segundo o levantamento, 77,2% afirmavam ter sofrido algum tipo de constrangimento emocional, 50,1% se declararam ví­timas de assédio moral, e 6,7% afirmaram já terem pensado em se matar. A pesquisa também apontou que 85% apresentaram um risco aumentado de adoecimento psicológico, sendo que 42,4% adotaram tratamento de saúde mental desde que ingressaram no MP , diz o texto.

Onde procurar ajuda

Pessoas que atravessam algum tipo de sofrimento emocional podem ligar para 188, telefone do Centro de Valorização da Vida, disponí­vel 24 horas por dia por telefone. O serviço também atende por chat, disponí­vel AQUI, nos seguintes horários: domingos, das 17h à 1h de segunda; de segunda a quinta, das 9h à 1h; sextas, das 15h às 23h e sábados, das 16h à 1h de domingo.

Sintrajufe/RS oferece suporte e apoio a colegas que sofrerem assédio no Judiciário Federal e no MPU no RS; sindicato participou de atividade sobre o tema

Nesta quarta-feira, o Sintrajufe/RS participou de uma mesa de um seminário de formação promovido pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perí­cias, Informações e Pesquisas e de Fundação Estaduais do Rio Grande do Sul (Semapi). A atividade tratou justamente do problema do assédio, com o tema Assédio à mulher trabalhadora: construindo ambientes de trabalho seguros . A diretora Cristina Viana e a assessora Fernanda Pontes participaram da mesa Nossos corpos, novas regras: os avanços nos direitos por meio da luta das mulheres .

Após a atividade, Cristina comentou a situação no Ministério Público de SP e o enfrentamento ao assédio: Pela experiência que temos atendendo casos de violência laboral aqui no sindicato, em que também fazemos o acolhimento e o encaminhamento de situações de assédio moral e sexual, pensamos que quando ocorrem situações extremas como as do MPSP é preciso fazer um diagnóstico da instituição para observar as formas de gestão. Muitas vezes, o assédio acaba virando um instrumento da gestão para que se obtenha mais resultados, mesmo que não sejam os melhores. Embora tenhamos saí­do de um perí­odo em que se tentou acabar com o serviço público como conhecemos, que foi a tentativa de aprovação da PEC 32 (cujo arquivamento é mais do que necessário), ainda estamos vivendo a tentativa de se fazer mais com menos, como por exemplo a cobrança de metas e desempenho além das possibilidades das e dos trabalhadores. Assim, além do encaminhamento dos e das colegas adoecidas que nos procuram, precisamos pensar que existe hoje e com bastante frequência, o assédio institucional, que precisa ser combatido dentro dos órgãos do PJU e MPU especialmente com a participação das e dos servidores e sindicatos. É possí­vel fazer um trabalho de prevenção muito sério e eficaz dentro das próprias instituições, desde que sejamos ouvidos .

O Sintrajufe/RS disponibiliza atendimento para as e os colegas que sofrerem assédio moral ou sexual; o enfrentamento dessas e de outras violências no trabalho é uma das prioridades da entidade. Além da participação de representantes da categoria nas comissões de combate ao assédio nos órgãos, o sindicato mantém atendimento interdisciplinar para esses casos. É importante a denúncia pelas ví­timas não só para a punição do assediador, mas também para que outras pessoas se sintam encorajadas a fazê-lo.

Veja abaixo os canais para obter suporte da Saúde e do Jurí­dico do Sintrajufe/RS:

E-mail: [email protected] ou [email protected]

Telefone: (51) 3235-1977