Estudo noticiado nessa quarta-feira, 17, pelo jornal Folha de S. Paulo, retrata o crescimento da desigualdade no Brasil entre 2017 e 2022. No período, a renda dos mais ricos quase dobrou, enquanto a dos demais praticamente se manteve estável, em média.
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O estudo foi realizado pelo economista Sérgio Gobetti e publicado pelo Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele identificou que as 15 mil pessoas mais ricas do Brasil, que representam 0,01% da população, viram sua renda crescer em média 96% nos cinco anos pesquisados, que compreendem o final do governo de Michel Temer (MDB) e o governo de Jair Bolsonaro (PL). A renda média desce grupo chegou a R$ 2,17 milhões mensais. Já para os 95% mais pobres, os ganhos avançaram, de forma absoluta, 33%, sendo que a inflação do período foi de 31%, com renda média de R$ 2,3 mil por mês.
Conforme o economista, cálculos preliminares indicam um recorde de concentração de renda. Gobetti aponta dois fatores principais para isso: os ganhos com a atividade rural (parcialmente isentas) e o aumento do valor distribuído em forma de lucros e dividendos (isentos), que passou de R$ 371 bilhões em 2017 para R$ 830 bilhões em 2022.
Dados de relatório internacional corroboram desigualdade avassaladora no Brasil
Nessa quarta-feira, 17, o Sintrajufe/RS já noticiara os resultados do novo relatório Desigualdade S.A., lançado dia 15 pela Oxfam, organização que faz parte de um movimento global contra a pobreza, a desigualdade e a injustiça. Além de dados globais, o estudo traz números assustadores sobre a situação brasileira. Mostra, por exemplo, que quatro dos cinco bilionários brasileiros mais ricos tiveram aumento de 51% da riqueza desde de 2020. Enquanto isso, no mesmo período, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres. Ainda segundo o relatório, a pessoa mais rica do país tem fortuna equivalente ao que tem a metade da população mais pobre do Brasil, ou seja, 107 milhões de indivíduos. A parcela de 1% dos mais ricos tem 60% dos ativos financeiros do Brasil. Além disso, a questão racial importa: em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior ao das negras.
Com informações da Folha de S. Paulo, do Brasil de Fato, da Oxfam e da Forbes
Foto: Iarsen/Pixabay