SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

AUMENTO DA DESIGUALDADE

Renda dos mais ricos cresceu o triplo do restante da população brasileira entre 2017 e 2022; 1% dos mais ricos têm 60% dos ativos financeiros do Brasil

Estudo noticiado nessa quarta-feira, 17, pelo jornal Folha de S. Paulo, retrata o crescimento da desigualdade no Brasil entre 2017 e 2022. No perí­odo, a renda dos mais ricos quase dobrou, enquanto a dos demais praticamente se manteve estável, em média.

O estudo foi realizado pelo economista Sérgio Gobetti e publicado pelo Observatório de Polí­tica Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele identificou que as 15 mil pessoas mais ricas do Brasil, que representam 0,01% da população, viram sua renda crescer em média 96% nos cinco anos pesquisados, que compreendem o final do governo de Michel Temer (MDB) e o governo de Jair Bolsonaro (PL). A renda média desce grupo chegou a R$ 2,17 milhões mensais. Já para os 95% mais pobres, os ganhos avançaram, de forma absoluta, 33%, sendo que a inflação do perí­odo foi de 31%, com renda média de R$ 2,3 mil por mês.

Conforme o economista, cálculos preliminares indicam um recorde de concentração de renda. Gobetti aponta dois fatores principais para isso: os ganhos com a atividade rural (parcialmente isentas) e o aumento do valor distribuí­do em forma de lucros e dividendos (isentos), que passou de R$ 371 bilhões em 2017 para R$ 830 bilhões em 2022.

Dados de relatório internacional corroboram desigualdade avassaladora no Brasil

Nessa quarta-feira, 17, o Sintrajufe/RS já noticiara os resultados do novo relatório Desigualdade S.A., lançado dia 15 pela Oxfam, organização que faz parte de um movimento global contra a pobreza, a desigualdade e a injustiça. Além de dados globais, o estudo traz números assustadores sobre a situação brasileira. Mostra, por exemplo, que quatro dos cinco bilionários brasileiros mais ricos tiveram aumento de 51% da riqueza desde de 2020. Enquanto isso, no mesmo perí­odo, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres. Ainda segundo o relatório, a pessoa mais rica do paí­s tem fortuna equivalente ao que tem a metade da população mais pobre do Brasil, ou seja, 107 milhões de indiví­duos. A parcela de 1% dos mais ricos tem 60% dos ativos financeiros do Brasil. Além disso, a questão racial importa: em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior ao das negras.

Com informações da Folha de S. Paulo, do Brasil de Fato, da Oxfam e da Forbes

Foto: Iarsen/Pixabay