SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESIGUALDADE

Censo do IBGE mostra que pretos, pardos e indí­genas têm menos acesso a saneamento básico

Dados do IBGE mostram que, em 2022, aumentou o acesso de brasileiros e brasileiras a serviços de água encanada, esgoto e coleta de lixo, mas 24%, ou 49 milhões de habitantes, ainda não têm atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões não recebem água encanada. Entre os pretos e pardos, que correspondem a 55% da população, o percentual sobe para 68,6%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 23, no Censo 2022: Caracterí­sticas dos domicí­liosResultados do universo .

Cerca de 91,8% das pessoas amarelas e 83,5% das pessoas brancas tinham acesso a uma rede de esgoto, coleta de lixo e de abastecimento de água adequada em casa, enquanto o total das pessoas pretas com essas mesmas condições em casa é de 75%. Entre pardos o í­ndice foi de 68,9%. Na população indí­gena, o percentual chegou a apenas 29,9%.

Em todos os 20 municí­pios brasileiros mais populosos, a população de cor ou raça branca tem mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indí­gena , conclui Bruno Perez, analista da pesquisa.

92,9% têm acesso à água encanada; no Norte, percentual cai para 55,7%

A pesquisa mostra que a principal forma de abastecimento de água dos domicí­lios (82,9%) é a rede geral de distribuição, um aumento em relação ao Censo Demográfico de 2010 (81,5%). Poço profundo ou artesiano foi a segunda forma principal de abastecimento registrada, representando 9% da população. Na sequência, aparecem poço raso, freático ou cacimba (3,2%) fonte, nascente ou mina (1,9%), carro-pipa (1%), rios, açudes, córregos, lagos e igarapés e água da chuva armazenada.

Mesmo sendo a principal forma de abastecimento de água, o acesso à rede geral (água encanada) mostra desigualdades percentuais entre as regiões. Enquanto no Sudeste era responsável por 91% do abastecimento, no Norte ficou em 55,7% e, no Nordeste, 76,3%.

Rede de esgoto e coleta de lixo

Somando domicí­lios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores chegam a 75,7% em 2022 (em 2010, 59,2%; e, em 2000, 64,5%). Entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação registraram aumento da proporção da população residindo em domicí­lios com coleta de esgoto e da proporção dos habitantes morando em domicí­lios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Mato Grosso do Sul (34,8%) foi o estado com maior crescimento nesse indicador.

A região Sudeste (86,2%) foi a que apresentou a maior parcela da população morando em domicí­lios com coleta de esgoto. No sentido oposto, a região Norte (22,8%) mostrou a menor taxa nesse indicador. Entre as unidades da federação, segundo o IBGE, os destaques no lado positivo e no negativo foram, respectivamente, São Paulo (90,8%) e Amapá (11%).

Em 2022, 97,8% da população contava, no mí­nimo, com um banheiro de uso exclusivo por domicí­lio. Foi registrado que 0,6% da população, ou seja, 1,2 milhão de pessoas, habitava domicí­lios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções. Apesar da expansão da rede de coleta de esgoto, 49 milhões de pessoas (24,3%) ainda utilizavam métodos precários de esgotamento sanitário em 2022, como fossa rudimentar ou buraco ou diretamente em rio, lago, córrego, mar ou vala.

Quanto à coleta de lixo, os tipos de descarte mais frequentes foram o Coletado no domicí­lio por serviço de limpeza (82,5%) e o Depositado em caçamba de serviço de limpeza (8,4%). São Paulo, com 99%, teve o maior percentual de população atendida por coleta de lixo, enquanto o Maranhão, com 69,8%, registrou a menor.

Pardos (45,3% da população) são 58,1% dos sem esgoto adequado
Brancos (43,5% da população) são 29,5% dos sem esgoto adequado
Pretos (10,2% da população) são 10,4% dos sem esgoto adequado
Indí­genas (0,8% da população) são 1,7% dos sem esgoto adequado
Amarelos (0,4% da população) são 0,1% dos sem esgoto adequado

Com informações de IBGE, G1 e Carta Capital
Foto: Imagens/TV Brasil