SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CORTES E CONGELAMENTO SALARIAL

Relator do orçamento de 2022 defende corte de 6% nos três Poderes da União e congelamento salarial para servidores e servidoras

O deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator do projeto de orçamento da União para 2022, defendeu que haja um corte de 6% nas despesas não obrigatórias dos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no último sábado, 11, e também trazem a defesa de congelamento salarial para todos os servidores e servidoras federais.

Na entrevista, Leal criticou o custo do Judiciário, em especial da Justiça do Trabalho, que protege os direitos dos trabalhadores do paí­s. Não custa lembrar que acabar com a Justiça do Trabalho é um desejo antigo de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes e de um amplo setor do empresariado que gostaria de tornar ainda mais desreguladas as relações trabalhistas brasileirasmesmo após a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB), que retirou direitos dos trabalhadores e restringiu o acesso à Justiça.

A intenção de cortar mais 6% do orçamento dos Poderes está vinculada às polí­ticas que vêm sendo aplicadas desde a implementação do teto de gastos, também no governo Temer, e que vem sendo aprofundada por Bolsonaro e Guedes. A reforma administrativa é outro item central desse projeto, que aponta para o desmonte do Estado e dos serviços públicos oferecidos à população como forma de garantia de direitos.

Reajuste salarial é muito difí­cil

Em relação à questão do reajuste salarial, o deputado foi taxativo: Acho muito difí­cil porque o reajuste tem impacto permanente. Esse espaço é para 2022 e temos que preparar o Paí­s para 2023, 2024, 2025 .

Na última semana, o Sintrajufe/RS divulgou um estudo exclusivo encomendado pelo sindicato que deixa clara a grande perda de poder aquisitivo enfrentada pela categoria desde o fim da última reposição salarial, em 2019. Nesse contexto, a luta por reajuste salarial vem dando os primeiros passos na categoria, ao mesmo tempo em que segue as mobilizações contra a reforma administrativa.

A Fenajufe, em especial, já vem se movimentando há alguns meses em torno do tema dos salários, assim como o Sintrajufe/RS, que acompanha com atenção o iní­cio das negociações. Em julho, a federação pediu um reajuste emergencial de 14,74%, em reunião do Fórum de Carreira do Conselho Nacional de Justiça, frente à inflação galopante. A federação propôs que, aprovado esse reajuste emergencial, em 2022, haja uma discussão mais profunda sobre uma reestruturação que busque repor possí­veis perdas passadas para alcançar a equiparação salarial com carreiras similares do Executivo e do Legislativo, visando a implementação em 2023.