SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

“ORGANIZAÇÕES SOCIAIS”

Mais uma vez as OS´s voltam a ser alvo de investigação sobre desvios de verbas na saúde; reforma administrativa quer expandir modelo

A Polícia Federal (PF) deflagrou nessa quinta-feira, 10, uma operação para desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde. Foram 28 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do interior de São Paulo. Um dos alvos da Operação Copia e Cola é o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos). Também foi determinado o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões e a proibição da organização social (OS) investigada de contratar com o poder público.

Conforme a PF, “a investigação teve início em 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma OS para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município de Sorocaba. Também foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias”.

O que são as Organizações Sociais?

Organização Social (OS) é um tipo de associação privada, sem fins lucrativos, que recebe recursos e estrutura do Estado para prestar serviços públicos, como, por exemplo, na área da saúde. O governo reconhece uma entidade privada como Organização Social e esta passa, então, a poder receber benefícios do poder público, como dotações orçamentárias, isenções fiscais ou mesmo subvenção direta.

Reforma administrativa quer aplicar modelo sem limites

Nas últimas semanas, o Sintrajufe/RS tem noticiado que políticos e empresários retomaram movimentações para tentar aprovar a reforma administrativa. A base segue sendo o texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) 32/2020, apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e que não foi votada graças à luta dos servidores.

Entre diversos outros ataques aos serviços públicos e aos servidores e servidoras, a PEC 32 reforça nacionalmente a privatização e terceirização de serviços básicos como a saúde e a educação através de Organizações Sociais ou diretamente para empresas, como já ocorre em diversos municípios brasileiros. Não faltam exemplos que mostram que essa é uma comporta aberta para a corrupção.

Foto: Câmara de Vereadores de Sorocaba/Divulgação