Mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras tomaram as ruas de Porto Alegre nesta terça-feira, 28, e protestaram em defesa da água e do saneamento público e contra a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). O ato, denominado “RS pela Água”, foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS) em conjunto com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e com apoio de diversas entidades.
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Em assembleia realizada antes do início do ato, os trabalhadores e as trabalhadoras da Corsan vindos dos mais de 300 municípios gaúchos atendidos pela empresa pública deflagraram por unanimidade estado de greve. Além da luta contra a venda das ações da estatal, anunciada pelo governo tucano e entreguista de Eduardo Leite para ocorrer em julho, na Bolsa de Valores de São Paulo, a direção da Corsan se recusa a abrir negociações para a renovação do acordo coletivo da categoria.
Segundo o presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch, a partir de agora, os delegados sindicais eleitos, quando forem convocados, poderão deliberar a data da paralisação: “O Rio Grande do Sul não deve andar na contramão do mundo. Centenas de cidades estão reestatizando os serviços de saneamento por ficarem piores e mais caros nas mãos das empresas privadas, como ocorre agora com a Equatorial, que assumiu a CEEE-D”, disse o dirigente sindical.
Arilson destacou a grande participação da categoria. “Nós viemos dizer não à privatização, aqui nas ruas de Porto Alegre, junto com várias autoridades, de todos os partidos, de todas as cores, fazendo esse apelo. Que o Tribunal de Contas diga não à privatização e que o governador Ranolfo Vieira Jr (PSDB) não coloque o seu nome na lata do lixo da história. Seguimos contra a privatização da água, no estado e no país”, enfatizou.

A luta é todo dia, água não é mercadoria
O ato teve início em frente à sede do Dmae, na rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento. Após a assembleia e um ato de protesto, os participantes saíram em caminhada, rumo ao Centro Histórico, aos gritos de “a luta é todo dia, água não é mercadoria”. Eles passaram defronte da sede da Corsan e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e seguiram até a Praça da Matriz, onde realizaram nova manifestação diante do Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa.
O diretor do Simpa, Edson Zumar, disse que o saneamento público é um direito da população. “Vimos recentemente no caso da CEEE Equatorial, que está sendo visto o quanto é ineficiente e o quanto está caro. Com a água será algo muito pior. Estamos mobilizando os colegas do saneamento como um todo, para que isto não aconteça. Que o prefeito Sebastião Melo (MDB) tenha a sensibilidade de ouvir a cidade e tomar a melhor decisão”, afirmou.
Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT/RS.