SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

1º DE MAIO

Luta histórica para tornar o 1º de maio Dia do Trabalhador atravessa gerações; data terá atos em Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas

No fim do século 19, trabalhadores e trabalhadoras que viviam uma realidade desgastante e desesperadora com o custo de vida alto e salários baixos se mobilizaram por mudança no Brasil. Naquela época era comum a existência de jornada de 14 horas ou mais nas fábricas. Não é à toa que a luta pela redução da jornada de trabalho era assunto constante nos debates de operários e operárias de mundo todo.

Em julho de 1917 a primeira grande greve que parou o Brasil durante uma semana envolveu 50 mil operários da cidade de São Paulo. Naquela época o país enfrentava carestia, alta do custo de vida e salários defasados. As paralisações eram casos de polícia. A grande greve de 1917 teve 200 mortos, incluindo operários e policiais, segundos documentos do Arquivo do Senado Federal.

Mobilização de trabalhadores

Graças à luta dos movimentos dos trabalhadores, ao longo dos anos o 1º de Maio se consolidou como um dia de reflexão e reafirmação de luta da classe trabalhadora. Ao longo dos anos, a data foi sendo incorporada pelo movimento sindical como um dia de luta por direitos.

Documentos da época guardados no Arquivo do Senado, em Brasília, revelam que, ao oficializar o Dia do Trabalhador há mais de cem anos, muitos sindicatos já se mobilizavam no 1º de maio para organizar comícios e protestos contra a exploração no trabalho.

A celebração da data já havia começado a partir de 1890, quando os movimentos de operários originados pela revolução industrial surgiram fazendo com que no início do século 20 nascessem os primeiros sindicatos. Mas somente em 1924 o então presidente Arthur Bernardes decretou oficialmente no país o 1° de maio como Dia Internacional do Trabalhador.

Luta começou no século 19

Nos Estados Unidos, no século 19, durante a época da expansão da revolução industrial, se começou a formar grandes centros urbanos com concentração de trabalhadores. Dando início a uma nova configuração das relações de trabalho surgia e exacerbava a característica histórica da relação entre poder econômico e proletariado – a exploração da mão de obra – levando a classe trabalhadora a se unir para protestar e exigir direitos, como os brasileiros e brasileiras farão mais uma vez neste ano em todo o país.

No dia 1° de maio de 1886 se iniciou em Chicago, nos Estados Unidos, uma histórica greve geral, convocada pela Federação dos Grêmios e Uniões organizadas dos Estados Unidos e do Canadá, que parou mais de cinco mil fábricas com cerca de 340 mil operários nas ruas. Eles lutavam em favor da jornada de trabalho de oito horas diárias. Liderados por essas entidades, os operários deram início a uma onda de manifestações exigindo direitos, que pararam os parques industriais.

Houve conflito e repressão. O movimento foi violentamente sufocado pela polícia, com um saldo de várias prisões e mortes. Três dias depois, 38 operários estavam mortos, 115 ficaram feridos e foi decretado Estado de Sítio em Chicago. Sindicatos foram fechados. Mais de 300 líderes grevistas foram presos. Quatro manifestantes foram posteriormente enforcados em praça pública. Eles ficaram conhecidos como “mártires de Chicago”.

A data se tornou, então, um marco na luta por direitos da classe trabalhadora e uma expressão nítida da eterna luta de classes na história da humanidade, dando origem ao Dia Internacional do Trabalhador.

Atos no RS nesta quinta-feira: Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas

O 1º de Maio será marcado em Porto Alegre por um ato político-cultural na Casa do Gaúcho, a partir das 14h, com entrada gratuita. A atividade, organizada pela CUT/RS e outras centrais sindicais, unirá luta, cultura e música, fortalecendo a pauta de reivindicações da classe trabalhadora neste momento no Brasil.

O palco da Casa do Gaúcho receberá atrações musicais como: Produto Nacional, Samba Delas, João de Almeida Neto e Florisnei Thomaz. Os shows prometem embalar o público em uma tarde de celebração e consciência de classe. Mais do que uma festa, o 1º de Maio será um espaço para ecoar as principais reivindicações da classe trabalhadora, em um momento em que o Brasil debate sobre a valorização do trabalho e a necessidade de avançar na agenda de direitos. Durante o ato, as centrais sindicais irão destacar suas principais pautas, que refletem as urgências da classe trabalhadora diante de um cenário de desigualdades, exploração e retrocessos históricos: isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil; taxação dos super-ricos; redução da jornada de trabalho; fim da escala 6×1; e não à anistia para golpistas.

Em Pelotas, com as mesmas pautas de luta, haverá atividade na Casa do Trabalhador (rua Santa Cruz, 2454). Como atrações musicais, estarão presentes: Leu Kalunga, Banda R.A.M e Xana Gallo.

Em Santa Maria, a manifestação está marcada para as 9h30min, na Praça Saldanha Marinho, onde deverão ocorrer, além das intervenções políticas, atividades culturais e serviços de atendimento à saúde da população, realizados por servidores e servidoras.