Em evento realizado dia 19, os institutos Villas Bôas, Sagres e Federalista apresentaram o chamado Projeto de Nação, o Brasil em 2035 , um documento de 93 páginas que trata de 37 temas considerados estratégicos pelos militares. A ideia dos militares é que, em um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência ou eleição de outro político de extrema direita, a partir de 2025, quem tem renda maior que três salários mínimos comece a pagar indenização pelos atendimentos nos serviços públicos. O primeiro a receber o documento foi o vice-presidente, Hamilton Mourão.
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Além de cobrar pelo atendimento no SUS e pela universidade pública, o texto sugere que o Poder Público passe a cobrar indenizações pelos serviços prestados, exclusivamente das pessoas cuja renda familiar for maior do que três salários mínimos . O mínimo hoje é de R$ 1.212, se a medida estivesse em vigor, quem ganha um pouco mais de R$ 3.636 já pagaria as tais indenizações propostas pelos militares.
A ideia dos militares, categoria mais privilegiada desde janeiro de 2019, inclusive com acréscimo de mais de R$ 350 mil nos rendimentos, é manter Bolsonaro no governo nos próximos 13 anos ou eleger outro presidente de extrema direita para tirar do papel as ideias perversas constantes no documento.
A proposta não é cobrar dos ricos, e sim dos mais pobres e da classe média, que vem tendo seus rendimentos achatados pela inflação. O projeto foi coordenado pelo general Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), ONG do coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ídolo de Bolsonaro condenado por crimes na ditadura empresarial-militar.
Um dos itens da lista dos militares, o fim da gratuidade nas universidades públicas, estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nessa terça-feira, 24, que analisaria a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC) 206/2019. A PEC, que busca a cobrança de mensalidade pelas universidades públicas, é de autoria do deputado General Peternelli (União Brasil/SP). A votação foi adiada com a aprovação, pela CCJ, de requerimento da deputada Maria do Rosário (PT-RS) exigindo que antes seja realizada audiência pública sobre o tema.
Sintrajufe/RS, com informações da CUT Brasil