SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

FáBRICAS FECHADAS

Em protesto contra mais de 3,5 mil demissões, trabalhadores da Mercedes paralisam produção em São Bernardo; fechamento de fábricas é uma constante no governo Bolsonaro

Embora Jair Bolsonaro (PL) diga que a economia está bombando , a verdade é que o fechamento de fábricas e de postos de trabalho é uma realidade que tem refletido as polí­ticas econômicas do atual governo. O paí­s vive uma epidemia de fechamentos e demissões, e a fábrica da Mercedes em São Bernardo do Campo é um dos mais recentes exemplos desse cenário.

Na tarde dessa quinta-feira, 8, trabalhadores e trabalhadoras da Mercedes reuniram-se em assembleia e aprovaram a paralisação da produção até a próxima segunda-feira. A atitude foi tomada em protesto ao anúncio feito pela direção da fábrica, na última terça-feira, 6, de que pretende demitir 2.200 trabalhadores diretos e 1.400 temporários. Na terça-feira, 13, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem reunião marcada com a direção da fábrica para iniciar o processo de negociação.

Em abril de 2021, levantamento do jornal O Globo apontou que, desde 2018, uma multinacional a cada 3 meses, num total de pelo menos 15 marcas, anunciou desistência do mercado brasileiro. Entre elas, as montadoras Ford, Mercedes Benz e Audi, a fabricante de eletroeletrônicos Sony, laboratórios farmacêuticos, caso da Roche e da Eli Lilly, e varejistas, Walmart e Fnac. Desde lá, os fechamentos continuaram se multiplicando, como nos casos das fábrica da Toyota e da Caoa Chery, respectivamente em São Bernardo do Campo e Jacareí­ (SP).

Na taxa de desemprego, os postos de trabalho fechados nessas fábricas vêm sendo substituí­dos por empregos precários e informais. Sem direitos, esses trabalhadores e trabalhadoras também veem sua renda despencar: a renda proveniente do trabalho vem batendo recordes negativos no Brasil nos últimos anos, enquanto a inflação só aumenta.