SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE

TUTELA MILITAR

Em nova ação para desacreditar urnas, ministro da Defesa solicita ao TSE de forma “urgentíssima” dados que estão disponíveis publicamente desde outubro de 2021

Em mais uma tentativa de desacreditar e tutelar o processo eleitoral e colocar em dúvida o trabalho dos servidores e servidoras da Justiça Eleitoral, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um ofício classificado como “urgentíssimo” em que pede para ter acesso os códigos-fontes das urnas eletrônicas. Os dados solicitados, porém, estão disponíveis desde outubro de 2021.

O documento, que chegou ao TSE nessa segunda-feira, 1, demanda “a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral”. Ainda no ofício, o Ministério da Defesa pede que o presidente do TSE disponibilize as informações técnicas entre os dias 2 e 12 de agosto, tendo em vista o curto espaço de tempo até as eleições: “Haja vista o exíguo tempo disponível até o dia da votação, solicito que o acesso aos códigos-fonte seja disponibilizado, para a execução do trabalho da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, na janela de trabalho inicial de 2 a 12 de agosto de 2022”, solicita a pasta.

O portal G1 informa, porém, que as Forças Armadas estão entre as entidades que podem fazer inspeção do código-fonte e que esses dados foram disponibilizados em outubro de 2021, um ano antes das eleições. Na ocasião, foi aberto o código-fonte, conjunto de linhas de programação de um software, com as instruções para que o sistema funcione. Ainda conforme o G1, “podem também fazer a inspeção, por exemplo, segundo o TSE, o Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional, Controladoria Geral da União (CGU), representantes técnicos de todos os partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Polícia Federal e universidades. A verificação é feita dentro das instalações do TSE. Em fevereiro, o TSE sinalizou que permitiria acesso ao código-fonte, fora das dependências do tribunal, para a Polícia Federal, para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entidades que se credenciaram para a fiscalização das eleições”.

Outro documento, encaminhado pelo mesmo ministério ao TSE também na segunda-feira, o ministro militar cobra “informações técnicas preparatórias” solicitadas pelo Ministério em junho para “viabilizar os trabalhos da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação”. Os militares voltaram a fazer referência à necessidade de obter esses dados para elaborar seu plano de fiscalização, dividido em oito etapas e que foi orientado por Bolsonaro.

Mobilizações do “Apagão do Judiciário” reúnem campanha salarial à defesa dos servidores e servidoras da Justiça Eleitoral

Os ataques de Bolsonaro e de militares ao processo eleitoral vivem uma crescente nas últimas semanas, com a aproximação da data marcada para as eleições, 2 de outubro. Mas há muito tempo há uma tentativa de desacreditar o processo eleitoral, colocando em dúvida até mesmo a honestidade e a seriedade do trabalho de servidores e servidoras da Justiça Eleitoral.

Nesse contexto, o “Apagão do Judiciário”, que terá, nesta quarta-feira, 3, paralisação de 24 horas e mobilizações em Porto Alegre e em Brasília. Para a capital federal, o Sintrajufe/RS enviou uma caravana que participa de manifestações nesta terça (LINK) e na quarta. Em Porto Alegre, em meio à paralisação do dia 3, a partir das 8h30min, haverá concentração nas varas trabalhistas. A partir das 11h, começa a concentração também na Justiça Federal. Tudo direcionado à principal atividade da semana, um ato público às 15h na Central de Atendimento ao Eleitor (rua 7 de Setembro, 730).

Com informações do portal G1, O Globo e O Estado de S. Paulo.