Em sabatina realizada pelo jornal Correio Braziliense e pela rádio Clube FM, o ex-presidente e atual candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre seus projetos para o serviço público. Para valorizar o setor, Lula defendeu a necessidade de realizar concursos públicos. Ele também lamentou a falta de reajuste salarial para os servidores e servidoras.
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Em sua entrevista, Lula criticou a política de Bolsonaro para o funcionalismo e os serviços públicos: Nós vivemos, hoje, um Brasil em que os servidores públicos não receberam nenhum reajuste de salário desde 2017. É uma coisa absurda. Então o povo quer mudar . E foi além: Eu fico triste porque o salário está menor, o salário do servidor público está menor. É preciso fazer concurso público para contratar mais gente, para fazer melhor atendimento. É preciso colocar mais dinheiro na saúde, na educação .
Bolsonaro não reajustou salários, o primeiro em 20 anos
O adversário de Lula e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), será o primeiro presidente em 20 anos a concluir seu mandato sem conceder nada de reajuste salarial ao funcionalismo. Isso mesmo após uma campanha unificada de servidores e servidoras em luta pela reposição das grandes perdas salarias que acumulamno caso do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, por exemplo, essas perdas já ultrapassam 30%.
Bolsonaro também vem evitando a realização de concursos públicos. E, caso reeleito, já avisou que não pretende promovê-los: Vamos evitar concursos públicos até para proteger atuais servidores. Muitos jovens ficam chateados, mas a máquina está no seu limite , disse.
Reforma administrativa é outro tema em disputa na eleição
Ainda em relação às políticas para o serviço público, está em jogo a proposta de emenda à Constituição 32/2020, da reforma administrativa. Essa proposta, que desmonta os serviços públicos, acaba com os concursos e com a estabilidade e abre as portas para o apadrinhamento político, poderá ser aprovada ainda neste ano caso Bolsonaro seja reeleito.
No início do mês, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que pode levar a PEC de volta à pauta da Casa: Eu penso que dá para discutir a reforma administrativa já a partir da próxima semana, ver se a gente pode pautar . A declaração ecoou o que Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, já anunciara: que, após as eleições, o governo voltaria à carga com a proposta.