A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 17, aumento nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras, que passa a valer no sábado, 18. O litro da gasolina vai para R$ 4,06, aumento de 5,18%; e o diesel, para R$ 5,61 por litro, alta de 14,26%. Enquanto a inflação dispara, Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes querem manter a política de reajuste zero para o funcionalismo, e servidores e servidoras do Judiciário acumulam mais de 30% de perdas desde o início desse governo.
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Em nota à imprensa, a Petrobras disse ser “sensível” ao momento que o Brasil e o mundo enfrentam, além dos reflexos que os preços dos combustíveis na sociedade. “Quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, justifica a estatal.
Reportagem publicada pelo UOL mostrou que encher o tanque do carro com gasolina comum no Brasil ficou R$ 91 mais caro em um ano. Em 2021, o litro da gasolina comum valia R$ 5,45, em média. Em janeiro de 2022, saltou para R$ 6,64. No último mês, era possível encontrar a R$ 8 em alguns estados.
A equiparação dos preços praticados no Brasil com os do mercado internacional forçou o aumento, mas não é o único fator. A quebra do monopólio e o processo de privatização também estão diretamente ligados à alta no valor dos combustíveis.
Segundo o Observatório Social da Petrobras (OSP), se as refinarias que fazem parte do plano de desestatização da Petrobras já tivessem sido privatizadas, estariam vendendo a gasolina por um preço, em média, 19% mais alto do que o cobrado atualmente sob gestão da estatal. O diesel S-10 custaria 12% acima do valor atual. A estimativa é baseada nos valores cobrados pela AcelenRefinaria de Mataripe (antiga Rlam), na Bahia, antes e depois de sua privatização, em dezembro de 2021. Neste ano, sob gestão privada, o Estado saiu do 16º para o 1º lugar com diesel S10 mais caro do país.
Categoria deve aumentar a pressão pela reposição salarial
Desde janeiro, o governo Bolsonaro usa a tática da confusão sempre que o assunto é a reposição salarial. No início desta semana, Bolsonaro foi taxativo ao falar com jornalistas: não tem reajuste para servidor , mas ainda aponta que poderia dobrar, no mínimo, o valor do auxílio-alimentação . Na quarta-feira, 15, disse, alegando dificuldades , disse que nem isso deve sair.
Toda essa enrolação foi usada para tentar esconder a verdade: a política de congelamento defendida pelo governo desde o início e as tentativas de desmobilizar o conjunto dos servidores, que desde janeiro está em luta pela reposição emergencial das perdas salariais.
Desde o início do governo Bolsonaro, servidores e servidoras do Judiciário já tiveram perdas salariais de mais de 30%. O Supremo Tribunal Federal (STF) já apresentou dados demonstrando que há espaço no orçamento para oferecer reposição, mas em vez de encaminhar projeto de lei ao Congresso, está condicionando o índice de reposição da categoria à decisão de Bolsonaro para todo o funcionalismo.
É preciso fortalecer a mobilização. No dia 15, o Judiciário Federal em todo o país fez atividades na luta pela reposição; o Sintrajufe/RS realizou assembleias de base em Porto Alegre e no interior.

Veja abaixo o calendário de mobilização da Fenajufe, aprovado pela categoria no Rio Grande do Sul em assembleia geral: |
21 e 22 de junhoCaravana do Sintrajufe/RS para manifestações em Brasília pela revisão salarial, com foco no STF, cobrando do presidente do Supremo o envio de proposta com a recomposição das perdas da categoria, que com a previsão inflacionária de 2022, já chegariam a 30,66%. Pressão que será feita também pelo meio virtual. |
JulhoAtividades diversas (pressão por e-mail, envio de ofícios dos sindicatos pelo Brasil cobrando os ministros do STF) e assembleias para aprovação do estado de greve da categoria, com indicação de paralisação em 3 de agosto. |
3 de agostoApagão do Judiciário e do Ministério Público da União, com indicativo de paralisação pela recomposição das perdas. Cobrança para que STF e PGR enviem ao Congresso o orçamento de 2023 com a previsão da recomposição das perdas salariais, independentemente da concessão ou não de uma reposição emergencial no mês de julho. |
Sintrajufe/RS, com informações de UOL, Correio Braziliense e Poder 360