SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MOBILIZAÇÃO

Com dezenas de milhares nas ruas, mobilização volta a exigir fim do governo Bolsonaro; pressão popular cresce a cada nova manifestação

No último sábado, 24, dezenas de milhares de pessoas estiveram nas ruas de Porto Alegre em luta pelo fim do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O Sintrajufe/RS e os trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União participaram da atividade, parte de um dia de mobilizações nacionais, reforçando a pressão sobre o governo e contra a PEC 32 da reforma administrativa. Outras pautas, como a valorização da educação e da saúde, a defesa das universidades e da democracia, também estiveram presentes em gritos, cânticos, cartazes e faixas.

Conforme estimativa das centrais sindicais mais de 600 mil pessoas estiveram nos protestos em todo o Brasil. Foram realizados mais de 500 atos em todos os estados e, no Rio Grande do Sul, 61 cidades registraram manifestações, organizadas pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares.

Em Porto Alegre, após concentração às 15h no Largo Glênio Peres, a marcha partiu, por volta das 16h, fazendo um trajeto diferente, seguindo pelo bairro Cidade Baixa. A caminhada passou pelas avenidas Borges de Medeiros, Salgado Filho, João Pessoa, Venâncio Aires, Érico Verí­ssimo e rua João Alfredo. Crí­ticas ao governo Eduardo Leite (PSDB) e ao prefeito Sebastião Melo (MDB) também constaram nos cartazes e cantos dos manifestantes, que procuraram manter distanciamento e utilizaram máscaras e álcool gel.

Novas mobilizações estão marcadas para o dia 7 de setembro. Enquanto isso, o Sintrajufe/RS segue na luta contra a reforma administrativa (PEC 32/2020), juntamente com outras entidades sindicais e movimentos. Nos dias 29 e 30 de julho, acontece o Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, organizado pelas centrais sindicais para reforçar o combate à reforma e a defesa dos serviços públicos. Um dia nacional de greve, paralisações e mobilizações também está sendo preparado, com indicativo de data para 18 de agosto.

Sindicalistas e colegas avaliam mobilização

Sobre o ato do último sábado, a diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana destaca que houve ampla participação de sindicatos, partidos, centrais e movimentos, expressando o entendimento popular de que esse governo não se sustenta mais, porque é corrupto, violento e age contra a população negando a vacina para estancar uma pandemia mortal, não acudindo as pessoas neste momento de desemprego e fome e ameaçando acabar com o serviço público, no qual o povo se socorre para atendimento de seus problemas, principalmente neste momento de pandemia. O que seria de nós sem o SUS, sem a Justiça do Trabalho para quem foi demitido sem receber a rescisão? Nos cartazes, faixas e gritos, estava ní­tido que este governo acabou , avalia.

Também diretora do sindicato, Arlene Barcellos destaca que os desmandos do governo Bolsonaro foram mais uma vez fortemente denunciados nas ruas. A alteração do trajeto possibilitou a participação de várias pessoas que não puderam estar na caminhada e, de suas janelas, batiam panelas, agitavam bandeiras e expunham cartazes. Foi mais um dia de mostrar para a população o porquê da nossa luta: vacina para todos e todas e pelo SUS, auxí­lio emergencial digno e contra a reforma administrativa que significa o fim dos serviços públicos .

Anderson Mangine, também diretor do Sintrajufe/RS, comenta que teve muito orgulho da passeata 24J porque a mobilização se manteve em relação à anterior. Houve grande presença de jovens, além do grande apoio recebido de pessoas nos prédios localizados no trajeto e nos veí­culos que passavam nas vias laterais. Acho que essas passeatas são muito importantes como elementos encorajadores para aqueles que ainda não aderiram às ruas, para que assim o façam nas próximas. Precisamos urgentemente derrubar esse desgoverno que destrói vidas, destrói os direitos da classe trabalhadora e destrói o nosso paí­s .

O diretor Paulo Guadagnin, que também esteve no ato, lembra que Bolsonaro e os seus generais todos os dias dão cada vez mais declarações ameaçando dar um golpe no Brasil. O silêncio das elites deixa cada vez mais claro que elas, mesmo com alguma ou outra crí­tica pontual, querem manter o Bolsonaro no poder pelo fato de ele fazer um governo que cada vez mais privilegia os mais ricos, enquanto aos trabalhadores oferece a destruição dos serviços públicos, a morte por Covid-19, e a fila para pegar ossos. Por isso, devemos nos manter nas ruas, todos unidos em atos como esse, até a derrubada de todo esse governo genocida. Também precisamos, diante da nossa responsabilidade enquanto servidores públicos, avançar na construção de uma greve nacional do serviço público para barrar a PEC 32 .

Para o diretor Zé Oliveira, no último sábado cumprimos mais uma etapa da luta para derrubarmos o governo Bolsonaro e derrotarmos a reforma administrativa. Fundamental, também, que o povo nas ruas denuncie o governo genocida, que tem sua digital nas 550 mil mortes pela Covid-19. A defesa dos serviços públicos é uma bandeira que, com a presença forte das entidades sindicais, como o Sintrajufe/RS, está incorporada pelo conjunto dos manifestantes. Derrotaremos, com a força da unidade da classe trabalhadora, a proposta que quer acabar com o serviço público .

O diretor Marcelo Carlini destaca que mais de 500 municí­pios anunciaram atos no dia 24, e que, com maiores ou menores manifestações, cresce a consciência de que esse governo tem que acabar. Não há o que esperar. Com Bolsonaro, a sabotagem ao combate à pandemia continua, o desemprego cresce, a fome explode. Enquanto isso, ele tenta vender os Correios e a Eletrobras, entre outras estatais. Guedes e Bolsonaro seguem querendo aprovar a PEC 32, não desistiram. E as ameaças não param, Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas preparam um golpe. O povo na rua e os sindicatos, com suas reivindicações, podem dar um basta nisso e abrir caminho para novas instituições, isso é necessário não sairemos das ruas até o fim desse governo .

Conforme o diretor Reginaldo Lühring, o ato do dia 24 foi uma enorme manifestação de indignação e não aceitação não só da condução da pandemia pelo desgoverno Bolsonaro, mas também a denúncia de que a carestia, o desemprego, a desigualdade estão se tornando insuportáveis para a maioria da população.

A diretora Mara Weber avalia que o 24J foi uma demonstração da consciência da população de que não se pode mais aguentar todo o processo de destruição do paí­s que esse governo vem fazendo. ˜Fora Bolsonaro™ é um grito de resistência e de esperança em meio à dor da perda de vidas e de direitos. Vamos seguir construindo uma saí­da para toda essa destruição e essa saí­da passa pela consciência de classe. Chega de miséria e morte. Queremos vacina no braço e comida no prato. Também foi importante a presença da pauta da defesa do serviço e empresas públicas. Não à reforma administrativa e privatização de empresas públicas que prestam serviços públicos essenciais à população. O Sintrajufe/RS esteve presente com sua direção e muitas e muitos colegas da base. Foi muito bonito e seguiremos na luta. Fora Bolsonaro e seu projeto de destruição! .

A colega Nilza Ortmeier, aposentada da Justiça do Trabalho, caracteriza o ato de sábado como sensacional . Para ela, a participação das pessoas nas manifestações está crescendo e isso nos empolga trazendo a esperança de alcançarmos os objetivos. Eu percebi também que, durante todo o percurso, recebemos o apoio do povo, seja dos locais de trabalho, como lojas e bares, ou das janelas dos prédios, onde se viam bandeiras sendo agitadas, papel picado sendo jogado e batidas de panelas. Realmente emocionante! Precisamos continuar nos manifestando e agregando mais gente na nossa luta. Fora Bolsonaro e vacina para todos! .

Irene Zimmermann, colega aposentada da Justiça Federal, conta que sempre participou de campanhas polí­ticas e mobilizações. Porém, relata, recentemente tive um diagnóstico de insuficiência cardí­aca severa, e ainda com a pandemia, deixei de participar, pois com 70 anos pensei que poderia deixar para os mais jovens. Mas com a situação atual, não há como se omitir. Precisamos de povo nas ruas e trabalho inteligente nas redes sociais, principalmente isso, pois não há mais como ignorar que, se o Bolsonaro chegou lá, foi porque teve a perspicácia de aceitar que hoje a polí­tica se faz via internet. O povo nas ruas e a internet utilizada como se deve, mudaremos o Brasil .

Para Volmir Pasetti, colega da Justiça Federal de Porto Alegre, a participação dos artistas trouxe um colorido especial para o ato, eu fiquei atento às manifestações deles e achei muito significativas. Também gostei muito de ver que os servidores públicos estiveram presentes, inclusive o Sintrajufe/RS com a sua faixa contra a reforma administrativa, isso valoriza muito o nosso sindicato e o trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual gestão. Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas no ato. Achei mesmo que seria significativo, frente a um governo que ninguém aguenta mais, eu sabia que teria uma participação expressiva, mas me surpreendi positivamente, foi muito além das minhas expectativas .

Katia Teixeira Kneipp, colega da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, relata que somente depois de ter recebido a primeira dose da vacina me senti razoavelmente segura para participar de atos com grande quantidade de pessoas, como o que ocorreu no dia 24 de julho. O momento polí­tico no Brasil é desanimador, o que muitas vezes chega a nos paralisar. Mesmo assim, achei a adesão ao manifesto bem representativa. Temos um longo percurso para impedir o avanço do retrocesso e a reeleição desse governo. Sigamos em frente! .