Nesta terça-feira, 30, a CUT e outras centrais realizam atos públicos em diversas cidades do Brasil para defender a redução da taxa de juros. A chamada por “menos juros, mais empregos” estará presente em atividades nas demais cidades em que há representação do Banco Central, incluindo Brasília e Porto Alegre. Na capital gaúcha, o ato acontece às 10h, em frente à sede da instituição na cidade (rua 7 de setembro, 586). O Sintrajufe/RS estará presente.
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A data foi escolhida por ser o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros do país a cada 45 dias. Conforme a CUT, a alta taxa de juros “vêm impactando de maneira contundente a política econômica, cultural e social do país, favorecendo os lucros exorbitantes dos bancos e especuladores financeiros e colaborando, ainda mais, para que os mais ricos fiquem muito mais ricos e o trabalhador e a trabalhadora suando ainda mais para pagar seus boletos e suas contas. Essa história poderia tomar outro rumo se a Selic estivesse mais baixa, pois o governo paga juros sobre juros da sua dívida, como quem entra no rotativo do cartão de crédito ou no cheque especial e não consegue saldar a dívida”.
As mobilizações também irão questionar a autonomia do Banco Central e o papel do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, indicado para o posto por Jair Bolsonaro (PL). É Campos Neto o responsável pela definição da política de juros aplicada no Brasil. Atualmente, a taxa de juros no país é de 10,5%, a maior taxa real do mundo. Em matéria publicada no ano passado, o Sintrajufe/RS apontou que apenas 1% de redução da taxa de juros gera cerca de R$ 40 bilhões em recursos para a União, o que poderia representar, por exemplo, R$ 1,8 mil a mais por ano a beneficiários do Bolsa Família ou incremento de 22% no orçamento da Saúde. A taxa de juros em patamar elevado faz aumentar o lucro dos bancos e, por outro lado, dificulta o crescimento da economia, a geração de emprego o provoca um aumento do endividamento das famílias brasileiras. Com juros mais altos, contas a pagar ficam mais altas, o que impacta diretamente no orçamento do brasileiro.
Fim da independência do BC
A independência do Banco Central, que garante a Campos Neto a definição da taxa de juros, foi implementada pelo governo de Bolsonaro, tendo entrado em vigor em fevereiro de 2021, e cria obstáculos para que o governo implemente outra política econômica. Integrantes do governo federal, inclusive o presidente Lula (PT), têm criticado reiteradamente a taxa de juros e defendido sua redução, mas a decisão cabe ao presidente do Banco Central. Nomeado pelo governo anterior, Campos Neto alinha-se à política econômica que vinha sendo implementada por Bolsonaro e Paulo Guedes e recusa-se a baixar o índice aos patamares defendidos pelo governo.
Com informações da CUT