SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

VIOLÊNCIA POLÍTICA

Assassinatos de ambientalistas aumentaram no Brasil em 2022; paí­s é o segundo mais letal do mundo

Em 2022, o Brasil foi o segundo paí­s mais letal do mundo para ambientalistas. Dos 177 assassinatos registrados em todo o planeta, 34 ocorreram no Brasil. Os dados são da ONG Global Witness.

Apenas a Colômbia teve números piores: lá, foram 60 assassinatos. No Brasil, houve piora em relação a 2021, quando 26 defensores ambientais foram assassinados. A América Latina é a região mais preocupante, tendo registrado 88% dos casos globais. Dos 18 paí­ses que aparecem no relatório com casos documentados, 11 são latino-americanos, com o México em terceiro lugar (31) e Honduras em quarto (14): A piora na crise climática e a procura cada vez maior por commodities agrí­colas, combustí­veis e minerais intensifica a pressão sobre o meio ambientee sobre aqueles que arriscam suas vidas para defendê-lo , diz o relatório.

A uma reportagem da Deutsche Welle, a consultora sênior da Global Witness no Brasil, Gabriella Bianchini, relacionou o problema no Brasil ao governo anterior: Nos últimos quatro anos, vivemos um governo federal que desmontou as agências de proteção ambiental e dos povos indí­genas. Várias frases do ex-presidente Jair Bolsonaro incentivavam invasão e garimpo ilegal nas Terras Indí­genas , disse. O Brasil é um dos paí­ses que mais mata essas pessoas, defensores da floresta e do meio ambiente. É um paí­s com números absurdos de mortes , completou Bianchini.

A reportagem destaca também o problema da impunidade, apresentando casos que permanecem sem solução no paí­s. E os interesses econômicos envolvidos nesse tipo de violência: o agronegócio, a mineração e o setor madeireiro estão entre os setores mais ligados aos assassinatos. O perfil dos assassinados também ressalta os caminhos dessa violência: mais de um terço das ví­timas eram indí­genas (36%), e outros 22% eram pequenos agricultores, além de 7% de afrodescendentes. A Amazônia concentrou, em 2022, um quinto dos assassinatos contabilizados pelo relatório, demonstrando que a região está no centro das disputas ambientais.

Com informações da Deutsche Welle