SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

URGENTE

VITóRIA! Desjudicialização da execução civil é retirada do PL 4188/21 em votação no plenário do Senado

Depois de intensa mobilização da Fenajufe e outras entidades, o projeto de lei 4188/2021 (Marco Legal das Garantias) foi votado no plenário do Senado sem a emenda 47, de desjudicialização da execução civil de tí­tulo executivo judicial e extrajudicial, na noite dessa quarta-feira, 5. A emenda, na prática, privatizava uma parte do Judiciário, transferindo funções para tabeliães e cartorários. Também foi retirada do texto a possibilidade de penhora de bem de famí­lia. O projeto agora volta à Câmara dos Deputados.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) havia aprovado, na manhã de quarta-feira, 5, o parecer do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que, entre outras emendas, incluiu a proposta de desjudicialização da execução judicial, que estava parada em outro projeto de lei desde o ano passado. Além de esvaziar atividades de oficiais e oficialas, a proposta prevê que a prerrogativa da execução de bens caberá aos tabeliães de protesto, chamados agente de execução , que passarão a realizar citações, notificações, penhoras e alienação de bens.

O próprio Weverton sugeriu a retirada da emenda, para agilizar a aprovação do PL 4188/2021. No entanto, é preciso que a categoria se mantenha atenta e mobilização, pois o senador propôs que a emenda 47 seja aproveitada no PL 6204/2019, da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), já sob relatoria do senador Marcos Rogério (PL-RO) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Outra alteração no relatório foi a restauração do monopólio da Caixa Econômica Federal para a penhora de bens móveis (como joias, relógios, canetas e pratarias), outra norma que a Câmara havia derrubado. Também fica restaurado o monopólio da Caixa e do Banco do Brasil para o pagamento de professores. Esses bancos são os únicos que podem administrar os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

A retirada da emenda 47 foi resultado do trabalho no Senado, ontem, de entidades como a Fenajufe e a Fenassojaf, que atuaram até a noite. Isso não quer dizer que resolvemos o problema, porque o PL 6204/2019 segue no Senado , avalia a diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana. Conseguimos evitar que fosse aprovado agora, encoberto por outro projeto, mas ainda temos muita luta pela frente para enterrar de vez essa proposta, que pretende passar para as mãos dos tabeliães parte do serviço prestado pelo Poder Judiciário , conclui a dirigente.

A Fenajufe acompanhou a votação e entende que a retirada da emenda do projeto representa uma vitória para a categoria. Além disso, segundo a federação, é uma oportunidade para debater o tema com profundidade sobre os sérios impactos que podem causar ao sistema judiciário e à população que depende dos serviços prestados.

Com informações da Fenajufe e da Agência Senado