SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Tí­tulos da dí­vida com vencimento no iní­cio de 2021 representam mais que um ano de auxí­lio emergencial, Maia quer acelerar PEC Emergencial

Nos primeiros meses de 2021, vencem R$ 643 bilhões em tí­tulos da dí­vida pública. Isso representa mais do que um ano de auxí­lio emergencial em R$ 600,00 para 67,7 milhí¶es de brasileiros.

Desde o iní­cio do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o prazo médio dos tí­tulos emitidos pelo Tesouro caiu a menos da metade, de 5 anos para 2,1 anos. Já os vencimentos em 12 meses dobraram, de cerca de R$ 600 bilhões para quase R$ 1,2 trilhão. Em janeiro de 2019, apenas 15% da dí­vida pública venceria em 12 meses; agora, são 26%. Recentemente, em um documento intitulado Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no perí­odo de 2020 a 2031 , o governo reconheceu que o paí­s pode ficar impossibilitado de refinanciar sua dí­vida pública.

Rodrigo Maia (DEM) já anunciou que não pretende colocar a prorrogação o auxí­lio emergencial em votação, e declarações do ministro da economia Paulo Guedes foram no mesmo sentido. Assim, os cerca de R$ 50 bilhões mensais que são injetados no consumo principalmente de alimentos e pagamento de serviços básicos de famí­lias de baixa renda deixarão de circular na economia já no iní­cio de 2021. Não podia ser em pior hora, pois dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí­lios Contí­nua Mensal (PNAD Contí­nua), divulgada nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica (IBGE) apontam um desemprego recorde de 14,4%, no trimestre encerrado em agosto. É a maior taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. 

Com sua polí­tica econômica, o governo aprofunda, assim, um ciclo recessivo e que só beneficia ao mercado financeiro, que cada vez lucra mais com a rolagem da dí­vida pública, que só aumenta, o que levou o FMI a ver o Brasil como candidato a pior situação fiscal entre os maiores paí­ses chamados emergentes.

Na Europa, o pânico por conta da segunda onda da pandemia do novo coronaví­rus e as incertezas sobre o desfecho das eleições americanas também aumentam a tensão e deixam vivos os temores de uma repetição da crise de 2008.

Para o governo, a saí­da está na redução de salários do funcionalismo e nas privatizações

Bolsonaro e Guedes querem garantir a rolagem da dí­vida oferecendo ao mercado financeiro os serviços públicos e as estatais como garantia; para isso a reforma administrativa, a redução dos salários dos servidores e outras medidas que reduzem os investimentos e o custeio e liberam dinheiro para ser entregue aos bancos e grandes especuladores.

Enquanto isso, o serviço público é sacrificado e, com isso, os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Ao mesmo tempo, o desemprego e a precarização crescem. Alternativas para ampliar receitas e movimentar a economia sem atacar os trabalhadores, como a taxação das grandes fortunas, a revogação da EC 95/2016 não são sequer discutidas. Os trabalhadores do setor público e do setor privado são estrangulados por todos os lados, perdem de todas as formas, enquanto o governo segue abastecendo o mercado financeiro e o sistema da dí­vida com os recursos do povo.

O Sintrajufe/RS, por meio de sua assessoria parlamentar e através de contatos com deputados, está acompanhando de perto a tramitação da PEC 32/2020 e a PEC Emergencial (redução de salários) e manterá a categoria informada e em conjunto com os outros sindicatos e centrais convocará novo dia de mobilização, como o dia 28 de outubro, se necessário.