SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

POBREZA EM ALTA

Renda média dos trabalhadores e trabalhadoras tem queda recorde em 2021 e atinge menor valor em 10 anos

A renda média dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros caiu, em 2021, ao menor valor em dez anos, quando tem início a série histórica. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, no ano passado, a renda média foi de apenas R$ 2.265.

A queda entre 2020 e 2021 também foi a mais intensa da série histórica, ficando em 5,1%. Somados à inflação crescente e à precarização do trabalho, esses dados demonstram o fracasso da política econômica de Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes e são refletidos, na prática, pelo aumento da miséria e da fome no país.

O rendimento médio mensal real é calculado pelo IBGE considerando apenas as pessoas que têm algum tipo de rendimento, independentemente de qual seja a fonte dele.

Segundo o levantamento, aumentou de 38,7% para 40,2% a proporção de pessoas com rendimento efetivamente recebido pelo trabalho. Apesar disso, o rendimento médio efetivamente recebido pelo trabalho teve queda de 4,6%. Ao portal G1, a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito, explicou que “o aumento da ocupação se deu pela informalidade, e a renda do trabalho informal não foi suficiente para aumentar o rendimento médio”. Já a proporção de pessoas com outros rendimentos, que inclui os programas assistenciais como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial caiu de 14,3% para 10,6%, provocando uma queda de 30,1% da média advinda dessa fonte de renda.

Neste contexto, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2021 foi estimado em R$ 1.353, o menor valor em uma década. Descontado o efeito da inflação, significa que, na média, o brasileiro recebeu quase R$ 100 a menos que em 2020, o que representa uma queda de 6,9% – a mais intensa da série histórica da pesquisa. Antes, o maior recuo havia sido de 4,3%, registrado na passagem de 2019 para 2020.

Servidores e servidoras estão em campanha salarial

Com salários congelados, servidores e servidoras de todo o país estão desde janeiro em campanha salarial unificada. O governo Bolsonaro vem enrolando as diversas categorias, adotando a tática da confusão e da desinformação para tentar desmobilizar os servidores. Mesmo assim, e sob ameaça de manutenção da política de reajuste zero, a luta continua. O prazo para a reposição ainda neste ano é 4 de julho.

No caso do Judiciário, já ficou demonstrado, em documento encaminhado à Casa Civil, que há espaço no orçamento, mas o STF, em vez de encaminhar projeto de lei ao Congresso, está condicionando o índice de reposição da categoria à decisão do governo Bolsonaro para todo o funcionalismo. O Supremo já poderia ter enviado projeto ao Congresso, a exemplo do que fez o Tribunal de Contas da União (TCU), que apresentou à Câmara um projeto para a reposição de 13,5% para os servidores e as servidoras do órgão. Além da pressão sobre o governo federal, servidores e servidoras do Judiciário Federal estão também cobrando ações concretas do STF. A Fenajufe solicitou audiência com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para tratar do projeto a ser encaminhado com vistas à reposição de perdas da categoria, mas ainda não conseguiu ser recebida por ele.

Em assembleia geral promovida pelo Sintrajufe/RS na noite dessa quinta-feira, 9, os trabalhadores e as trabalhadoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul aprovaram um calendário de mobilizações para as próximas semanas. Veja abaixo:

Calendário de luta pela reposição salarial:
15 de junho – Assembleias de base/atos em frente aos prédios. Colocação de faixas, reforçando a mobilização pela revisão salarial. Rebater a posição do governo federal e cobrar o encaminhamento de uma proposta de Fux, inclusive criticando a preocupação exclusiva que o ministro tem manifestado com os quinquênios da magistratura.
21 e 22 de junho – Caravana do Sintrajufe/RS para manifestações em Brasília pela revisão salarial, com foco no STF, cobrando do presidente do Supremo o envio de proposta com a  recomposição das perdas da categoria, que com a previsão inflacionária de 2022, já chegariam a 30,66%. Pressão que será feita também pelo meio virtual.
Julho – Atividades diversas (pressão por e-mail, envio de ofícios dos sindicatos pelo Brasil cobrando os ministros do STF) e assembleias para aprovação do “estado de greve” da categoria, com indicação de paralisação em 3 de agosto.
3 de agosto – Apagão do Judiciário e do Ministério Público da União, com indicativo de paralisação pela recomposição das perdas. Cobrança para que STF e PGR enviem ao Congresso o orçamento de 2023 com a previsão da recomposição das perdas salariais, independentemente da concessão ou não de uma reposição emergencial no mês de julho.

Com informações do portal G1.