SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

AÇÃO ANTISSINDICAL

Pedido de prisão, bloqueio de contas do sindicato e cobrança de multa de R$ 100 mil/dia de dirigentes e servidores públicos em greve; Sintrajufe/RS repudia ação truculenta e reforça apoio à luta dos trabalhadores

Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde, da assistência social, da educação e de outros setores da Prefeitura de Florianópolis estão, desde a quarta-feira passada, dia 9, em greve. A luta é contra as polí­ticas de desmonte dos serviços públicos e precarização do trabalho conduzidas pelo prefeito Gean Loureiro (DEM). A greve já sofre, porém, com a perseguição por parte de Loureiro, que pediu à Justiça Estadual a prisão de lideranças da greve, vinculadas ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem). A luta é contra a privatização dos serviços de coleta de lixo, reajuste para servidores da saúde, cumprimento do acordo coletivo com os trabalhadores da educação e pelo chamamento dos aprovados em concurso para a assistência social, entre outras pautas.

O sindicato denuncia que, desde que assumiu a prefeitura, Gean Loureiro, que agora quer ser candidato a governador, insiste em sua polí­tica brutal de privatização que pune o povo e os trabalhadores da cidade. Deste 2017, quando assumiu o cargo, suas investidas têm o mesmo objetivo: desvalorizar os trabalhadores e quebrar o serviço público para fazer a população acreditar que a privatizar e terceirizar são a solução . Ainda conforme o sindicato, na saúde, faltam remédios, investimentos em estrutura e valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras que atendem à população em meio à pandemia; na educação, o prefeito não cumpre o acordo coletivo e a lei do piso do magistério; na assistência social, a Prefeitura não chama os aprovados em concurso, deixando cargos vagos, e Cras, Creas e casas de acolhimento, mal conseguem realizar os atendimentos necessários.

O principal item de pauta da greve refere-se à Comcap, autarquia responsável pela coleta de lixo na capital de Santa Catarina. Isso porque está em marcha um desmonte da Comcap, com terceirização de serviços e precarização do trabalho de servidores e servidoras. O Sintrasem denuncia que a categoria está em discussão de Data-base desde novembro, mas a prefeitura insiste em atacar cláusulas importantes como a garantia de emprego e a proibição das terceirizações . Segundo o sindicato, o acordo coletivo dos trabalhadores da Comcap, que garante direitos conquistados pela categoria ao longo de décadas, está sendo rasgado pelo prefeito e o maior interesse do prefeito é beneficiar a máfia do lixo”. Hoje, as terceirizadas que atuam na limpeza urbana ganham milhões para fazer um péssimo trabalho no Norte e no Continente, e também com a varrição mecânica do Centro .

Pedido de prisão, bloqueio das contas, multa diária e ataque às contas pessoais de dirigentes e grevistas; para empregador, greve é “tumulto”

A greve foi decretada na quarta-feira e na quinta, 10, a Justiça deferiu a medida liminar solicitada pela prefeitura e declarou ilegal a greve. A Desembargadora Sonia Mara Schmitz ainda determinou que, em caso de manifestação, que aconteça a uma distância de 450 metros de imóveis públicos destinados às atividades objeto dos protestos. Caso a liminar não seja cumprida, a juí­za decidiu pela aplicação de uma multa diária de R$ 100.000,00. No caso da multa, a prefeitura ainda pediu que os dirigentes da entidade e os grevistas respondessem subsidiariamente pelo pagamento, ou seja, as contas pessoais dos dirigentes e dos grevistas serviriam para pagar a multa arbitrada pelo judiciário.

Após a decisão, a Prefeitura moveu novo procedimento cí­vel, pedindo a prisão das lideranças da greve. Na ação, também é requerido que os trabalhadores se abstenham de tumultuar a prestação dos serviços em todas as unidades/sedes da Prefeitura Municipal de Florianópolis, de bloquear o acesso às respectivas unidades e de constranger servidores e empregados que não aderiram à paralisação , que haja o restabelecimento imediato e integral de todos os serviços atingidos pelo movimento paredista com o retorno dos servidores ao exercí­cio de suas funções e a majoração da multa diária para R$ 500.00,00 (quinhentos mil reais) por reiteração de descumprimento de ordem judicial . Pede, ainda, autorização para desconto dos dias não trabalhados e instauração dos devidos processos administrativos disciplinares . Decisão da Desembargadora Sonia Maria Schmitz, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, de 11 de fevereiro, agravou a multa diária de R$ 100.000,00 para R$ 300.000,00, além do bloqueio online de R$ 100.000,00 (cem mil reais) de eventuais ativos financeiros depositados em contas bancárias de titularidade do Sintrasem.

Sintrajufe/RS manifesta apoio aos trabalhadores e trabalhadoras e exige respeito ao direito de greve

O Sintrajufe/RS divulga abaixo moção de apoio, cujo modelo foi sugerido pelo Sintrasem, repudiando a tentativa de perseguição polí­tica e de ataque ao direito de greve e de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras. A luta dos servidores e das servidoras de Florianópolis em defesa de seus direitos e dos serviços públicos oferecidos à população é digna e justa e merece ser tratada como tal. Nenhuma entidade ou categoria está a salvo de medidas autoritárias e antissindicais como essa.

Nós, do Sintrajufe/RS, viemos expressar todo apoio a greve dos trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis impulsionada pelo Sintrasem, que iniciou em 9 de fevereiro de 2022, pelo cumprimento e manutenção do acordo coletivo na Comcap e Prefeitura Municipal de Florianópolis, em defesa do concurso público e chamamento dos aprovados no concurso público, fim das terceirizações, cumprimento da lei do piso do magistério, pagamento da lei do plano de carreira do quadro civil, fim da polí­tica de assédio moral e perseguição polí­tica.

O governo Gean Loureiro (DEM) não recebeu em nenhum momento a entidade sindical durante a greve e de maneira autoritária e com prática antissindical, ameaça os grevistas, inclusive com pedido de demissão e prisão da direção do sindicato.

Exigimos que se respeite o direito de greve e livre organização sindical, com abertura imediata de mesa de negociação, para que a pauta de reivindicações possa ser discutida e uma proposta que atenda a categoria seja apresentada.

Direção Executiva do Sintrajufe/RS

Demais entidades e personalidades que aderirem a campanha de moções devem enviar e-mails para:

PREFEITO GEAN LOUREIRO
E-mail:
[email protected]
Telefone: (48) 3251-6060

Presidente da Câmara Municipal de Florianópolis
ROBERTO KATUMI
E-mail:
[email protected]
Telefone: (48) 3027-5783

Secretário Casa Civil
EVERSON MENDES
E-mail:
[email protected]
Telefone: (48) 3251-6069

Secretário de Administração
RONALDO FREIRE
[email protected]
(48) 3251-5900

Desembargadora Sonia Maria Schmitz
E-mail:
[email protected]
Telefone: 3287-3842

Enviar cópia para: [email protected]