SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

ASSÉDIO ELEITORAL

MPT já registrou 169 denúncias de coação eleitoral de empresas contra funcionários; saiba como agir

Nas últimas semanas, o Sintrajufe/RS vem divulgando diversos casos de coação eleitoral ocorridos em várias partes do paí­s. São empresários ou gerentes que buscam influenciar e até determinar os votos dos trabalhadores e trabalhadoras contratados pelas empresas, com ameaças até mesmo de demissão no caso de vitória de Lula (PT). Agora, um levantamento mostra como o problema se espalhou pelo Brasil: o Ministério Público do Trabalho (MPT) já registrou 169 denúncias relacionadas a esse problema.

Conforme reportagem do portal G1, é na região Sul que se concentram os casos denunciados, com 79, o que representa 46% do total, sendo 29 no Paraná, 26 no Rio Grande do Sul e 24 em Santa Catarina. Porém, trata-se aqui apenas de casos denunciados ao MPT “ muitos outros podem ter ocorrido sem chegar a essa instância.

O G1 fala de casos como o do pecuarista Cyro Toledo, de Tocantins, que prometia 15º salário aos seus empregados caso Bolsonaro fosse eleito. Nesse caso, o MPT pede, em ação por dano moral coletivo, indenização de R$ 1 milhão. Em Pernambuco, uma psicóloga da rede de recursos humanos Ferreira Costa ameaçou demitir funcionários que declarassem apoio a Lula nas eleições. No Pará, um empresário foi multado em R$ 300 mil após prometer R$ 200 a cada funcionário que não votasse em Lula.

Um dos casos noticiados pelo Sintrajufe/RS teve a denúncia transformada em ação do MPT contra a Stara Indústria de Implementos Agrí­colas, com sede em Não-Me-Toque e filiais em Carazinho e Santa Rosa, no norte do Rio Grande do Sul. A ação pede R$ 10 milhões de indenização. No dia 3 de outubro, a Stara, cujo dono é um polí­tico apoiador de Jair Bolsonaro (PL), divulgara aos seus fornecedores um documento ameaçando reduzir sua base orçamentária caso Lula (PT) vença as eleições.

No final de setembro, na Bahia, a empresária Roseli Vitória Martelli D™Agostini Lins, sócia da empresa Imbuia Agropecuária LTDA, que produz soja, divulgou um ví­deo nas redes sociais estimulando outros empresários a demitirem trabalhadores e trabalhadoras que forem votar no ex-presidente Lula (PT) nas eleições de outubro.

Poucos dias depois, ví­deo gravado na unidade da Imetame Metalmecânica, de Aracruz, Espí­rito Santo, mostrou o gerente dizendo para os funcionários para não reclamarem no dia que ficarem sem emprego, caso votem no candidato que diz absurdos com relação às famí­lias e a quem empreende . Assuntos absurdos com relação às famí­lias, assuntos absurdos com relação a quem empreende, contra quem tem a coragem de fazer o que nós fazemos e que é estar aqui investindo, sempre para gerar emprego. Quando você vê pessoas falando coisas negativas de quem faz realmente esse paí­s ir pra frente, e você ainda tem coragem de votar nessas pessoas, no futuro você não vai poder reclamar. No dia que você não tiver mais emprego, você não vai poder reclamar, porque você escolheu , diz o gerente da unidade no ví­deo que vazou.

Assédio eleitoral é crime! Veja orientações das centrais sindicais

Em meio a crescentes denúncias de coação e assédio eleitoral, nove centrais sindicais produziram e estão divulgando um folheto sobre o tema, explicando que a prática é um crime previsto na legislação brasileira e dando informações sobre como e onde os trabalhadores e as trabalhadoras podem denunciar. A orientação principal é que esses casos devem ser levados aos sindicatos que representam o trabalhador ou a trabalhadora, de forma que a entidade possa atuar no combate ao problema.

Veja abaixo ou faça AQUI o download do panfleto.

boletim-coacao-eleitoral-e-crime-entidades-web-1