SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Em reunião do Grupo de Trabalho, TRT4 projeta volta ao trabalho presencial em 28 de outubro; Sintrajufe/RS defende manutenção do trabalho remoto

Foi realizada nessa terça-feira, 8, reunião do Grupo de Trabalho do TRT4 que trata das diretrizes de retorno ao trabalho presencial, quando este retorno ocorrer. A reunião foi convocada pela Presidência do tribunal e aprovou, por maioria, a projeção de volta ao trabalho presencial no dia 28 de outubro. O voto do Sintrajufe/RS, representado pela diretora Arlene Barcellos, foi o único contrário a essa data.

Logo no iní­cio da reunião, o juiz auxiliar da Presidência, Adriano Santos Wilhelms, apresentou o quadro nacional dos TRTs quanto às datas de retorno e o calendário de retorno às aulas no Rio Grande do Sul. A ideia seria, assim, vincular as projeções de retorno do TRT4 à realidade nacional e ao quadro estadual, em especial ao calendário apresentado pelo governador Eduardo Leite (PSDB). O médico do TRT4, Marco Aurelio Vasconcellos Azeredo, chegou a mencionar que estamos no platô nas últimas três semanas, com recuo nas internações e leitos de UTI. Porém, os números no estado seguem altos, sem quedas consistentes e com grave crescimento do número de infectados e mortesjá são quase 150 mil casos confirmados e mais de 3,7 mil mortes no RS. No momento em que esta matéria é fechada, 77,6% dos leitos de UTI do estado estão ocupados, conforme o governo.

Por outro lado, a maioria dos integrantes do GT entende precipitado o retorno ao trabalho presencial agora, por conta da falta de indicadores epidemiológicos que apontem para o controle da pandemia, além de haver necessidade de preparar os locais de trabalho. Foi nesse sentido a posição expressa, por exemplo, pela desembargadora Beatriz Renck, representante dos magistrados de 2º grau, pelo secretário-geral da Presidência, Adolfo Marques Pereira, e pelo juiz Tiago Mallmann Sulzbach, presidente da Amatra IV.

Sintrajufe/RS defende continuidade do trabalho remoto até haver controle da pandemia

A diretora do Sintrajufe/RS Arlene Barcellos, representante do sindicato no Grupo de Trabalho, reforçou essa perspectiva. Ela lembrou a importância do trabalho realizado pelos servidores e servidoras durante a pandemia e explicou que o Sintrajufe/RS vem realizando diversas reuniões por videoconferência para ouvir a categoria e acompanhar a realidade dos colegas neste momento. Ela relatou, ainda, as decisões da última assembleia geral da categoria, que aprovou a manutenção do trabalho remoto e a greve sanitária. Arlene ainda argumentou que o calendário do governo estadual e o retorno às aulas não podem ser os únicos critérios a serem considerados para a retomada das atividades presenciais no Judiciário Federal. É preciso considerar, defendeu, elementos como a curva de contágio e de mortes e a existência de leitos de UTI liberados, ou seja, o controle da pandemia, que ainda parece longe de ocorrer no RS e no Brasil. A dirigente explicou que, com razão, servidores e servidoras, magistrados e magistradas têm medo do retorno, sendo preciso, em primeiro lugar, preservar a vida e a saúde de todos e todas.

Ao final dos debates, o juiz auxiliar da Presidência apresentou duas datas indicativas para retorno, 28 de outubro e 12 de novembro, lembrando que a essas datas precisam ser somados 15 dias, conforme solicitação da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações, para organização das questões de informática. Por maioria, os integrantes do GT indicaram o dia 28 de outubro como data de retorno ao trabalho presencial, de forma gradual e de acordo com as diretrizes sanitárias, devendo ser somados 15 dias a essa data. Em seu voto, a diretora do Sintrajufe/RS Arlene Barcellos discordou da decisão da maioria, optando pelo dia 12 de novembro, entre as duas opções disponí­veis, mas destacando que essa data não poderia ser considerada sem haver controle da pandemia.

A data aprovada28 de outubro, mais 15 diasserá levada ao Gabinete de Emergência do Tribunal, que se reúne nesta sexta-feira, 11. O Sintrajufe/RS irá participar da reunião.

Para a diretora Arlene Barcellos, os números apresentados demonstram que os servidores e servidores estão trabalhando, e muito, durante a pandemia, trabalho realizado em condições adversas, porque o que se tem hoje é trabalho remoto em confinamento. Além disso, o retorno às aulas, com a pandemia sem controle, com í­ndices elevados de contágios e mortes e com a atribuição de responsabilidade aos prefeitos, é mais uma das atitudes que põem por terra o modelo de bandeiras adotado pelo governo do estado do RS. Não se pode retornar ao trabalho presencial com í­ndices tão altos de contágio e mortes .

O Sintrajufe/RS continua defendendo a manutenção do trabalho remoto e as condições de biossegurança para aqueles e aquelas que precisam, em caráter excepcional, realizar atividades presenciais, como forma de assegurar a saúde e a vida de servidores, estagiários, terceirizados, magistrados, advogados e usuários do judiciário e suas famí­lias.