SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MOBILIZAÇÃO

Centenas de milhares pelo Brasil nas ruas por Fora Bolsonaro ; Sintrajufe participou e convocou, luta não pode parar até o fim do governo e a derrota da PEC 32

No último sábado, 19, novos protestos pelo fim do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) voltaram a tomar as ruas do Brasil. Em Porto Alegre, o Sintrajufe/RS participou da manifestação, que reuniu, segundo os organizadores, mesmo com chuva, cerca de 50 mil pessoas. Também houve mobilizações em diversas cidades do interior do estado e em centenas de lugares em todo o paí­s.

Na pauta dos protestos, o chamado por Fora Bolsonaro esteve sempre presente, em diálogo com outras lutas especí­ficas: contra a reforma administrativa (PEC 32/2020), por vacina urgente para todos e todas e por auxí­lio emergencial de R$ 600. A defesa de vacina no braço e comida no prato esteve presente, como nas manifestações anteriores. No dia 29 de maio, mais recente dia de protestos, já haviam sido centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras nas ruas. Esse número aumentou no último sábado, ampliando a pressão pelo fim do governo, por medidas que garantam a vida e a renda da população e em defesa dos serviços públicos.

Conforme levantamento das centrais sindicais, que estiveram entre os organizadores das lutas em todo o paí­s, no Rio Grande do Sul estavam confirmados 47 atos. No Brasil, mais de 400 cidades marcaram mobilizações. Também foram realizadas manifestações no exterior, em paí­ses como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra.

Com proteções contra a Covid-19 e contra a chuva, em Porto Alegre os e as manifestantes se reuniram no meio da tarde no Largo Glênio Peres, em frente à Prefeitura. Mais tarde, saí­ram em marcha até o Largo Zumbi dos Palmares, onde a manifestação foi encerrada por volta das 18h. Cartazes e faixas destacavam as pautas do ato, incluindo a faixa levada pelo Sintrajufe/RS, com os dizeres Fora BolsonaroNão à reforma administrativanão é uma reforma, é o fim dos serviços públicos . Outras entidades que fazem parte da Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul estiveram no ato denunciando os efeitos de uma possí­vel aprovação da PEC 32.

Em Novo Hamburgo, o Sintrajufe/RS também participou da mobilização do sábado. O sindicato integra, na região, o Comitê pela Democracia do Vale do Paranhana, um dos organizadores das atividades. Foram centenas de manifestantes em Novo Hamburgo, e o diretor Diogo Corrêa, que estava entre eles, destaca que a atividade foi uma espécie de esquenta para o ato da capital, para onde muitos se dirigiram na sequência. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, também foram registrados atos em cidades como São Leopoldo e Esteio.

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Para o diretor do Sintrajufe/RS Marcelo Carlini, tanto o ato do dia 29 de maio, quanto o de 19 de junho demonstram um aumento da consciência de que não dá para esperar até 2022 com esse governo. Foi isso que trouxe 50 mil pessoas às ruas de Porto Alegre e outras centenas de milhares em todo o Brasil. A escalada autoritária de Bolsonaro cresce, hoje suas declarações nervosas atacando a imprensa não escondem onde ele quer chegar. Fora Bolsonaro e seus generais! Abaixo a reforma administrativa! .

A diretora Clarice Camargo também participou do ato. Para ela, foi um momento bem marcante, justamente no dia em que o Brasil chegava às 500 mil mortes por Covid-19. a organização, a grande participação de jovens, categorias organizadas, ou seja, ainda a vanguarda dos movimentos sociais deve animar muito mais a todos nós, fazer mais e mais atos de rua, porque precisamos mostrar o quanto o governo Bolsonaro nos causa em termos de danos. Queremos prevenção, vacina no braço, comida no prato, mas, com o presidente que aí­ está e sua equipe de ministros, nada disso será possí­vel .

Também diretora do Sintrajufe/RS, Cristina Viana aponta que o comparecimento em massa, onde se via, além das centrais, sindicatos e movimentos populares, muitas famí­lias e o apoio do povo nas ruas, demonstra que esse governo está no fim. Os gritos ˜fora Bolsonaro’, ˜Bolsonaro genocida’, ˜tire a mão da Amazônia’, ˜queremos vacina’, ˜viva o SUS’ e ˜viva o serviço público’ estavam nas faixas, cartazes e na garganta das pessoas. Cada vez maior e tomando mais vulto, a manifestação refletiu o real desejo da população e enfraquece o governo e suas pautas de destruição .

Para Mara Weber, diretora do Sintrajufe/RS, o 19J marcou um momento de virada importante na reação ao projeto de morte do governo Bolsonaro. A chuva, o frio e o medo de adoecer e morrer não foram suficientes pra segurar a tristeza, a indignação e a certeza de que esse governo não pode durar até 2022. Fomos pra rua, com máscara, muito álcool e mantendo o distanciamento possí­vel em uma multidão de mais de 50 mil pessoas. As 500 mil mortes é luto demais, a fome que vemos todos dias nas ruas é desumano, o desemprego e a destruição do serviço público, do nosso meio ambiente, do nosso futuro¦. Fomos pra rua defender a esperança no futuro. O Brasil tem saí­da e podemos mudar a história. O primeiro passo é ˜Fora Bolsonaro’. E o dia 19 mostrou a mudança de ventos e que já basta de tanta miséria, morte e destruição. Queremos fartura, vida e construção. Muita luta pela frente, mas agora com povo na rua .

O diretor Zé Oliveira lembra que fomos às ruas novamente, com os necessários cuidados, mas com os receios normais em função da pandemia, com o trágico número de 500 mil mortes, e encarando a chuva que veio durante a caminhada. Mas irmos às ruas é mais do que necessário, é essencial. É essencial para defender o serviço público contra a PEC 32, é necessário para defender a vacina para todos e todas, é essencial berrar ˜Fora Bolsonaro’. Fomos às ruas, trabalhadores e trabalhadoras do serviço público e da iniciativa privada, estudantes, lideranças polí­ticas, sindicais, dos movimentos de mulheres, LGBTs, contra o racismo e em defesa dos povos indí­genas. E vamos continuar até derrotar este governo, pois não dá mais para aguentar os ataques aos direitos, a ameaça de destruição do serviço público e os 500 mil mortes por conta da Covid-19, mortes que poderiam ser em número bem menor não fossem o negacionismo e a falta de medidas (ou as medidas intencionais que agravaram o quadro da pandemia) do governo genocida de Bolsonaro .

Arlene Barcellos, também diretora do Sintrajufe/RS e que esteve no ato, reforça a importância da mobilização: Nesse dia de luta, denunciamos que o governo segue seu projeto de destruição do Estado Social com a PEC 32/2020, por isso é dizer não à reforma administrativa, porque será o fim dos serviços públicos. Por isso, as manifestações que ocorreram ao longo do trajeto foram por vacina no braço e comida no prato, com vacina para todos e todas, auxí­lio emergencial de no mí­nimo R$600,00 e contra a reforma administrativa do governo Bolsonaro e Paulo Guedes .

Para o diretor Fabrí­cio Loguércio, dezenas de milhares nas ruas de Porto Alegre, mesmo com chuva e frio, mostram a disposição de lutar contra o genocí­dio promovido por Bolsonaro. Tirar Bolsonaro e seu governo é a única maneira de parar o sofrimento do povo. Todos com máscara, estivemos nas ruas, e não poderia ser diferente .

O diretor Paulo Guadagnin destaca que o ato do 19 de junho foi enorme, nem a chuva forte diminuiu a vontade de lutar da população. Fica cada vez mais claro que não podemos esperar para tirar esse governo. Com os 500 mil mortos, o Brasil voltando ao mapa da fome, a reforma administrativa, e as ameaças de golpe que o próprio governo dá, podemos nem ter mais paí­s no ano que vem. Por outro lado, os empresários comemoram a retomada do PIB com o aumento da concentração de renda e apoiam as reformas destruidoras de direitos do governo. Por isso o dia 19 foi um passo muito importante em demonstrar que o povo sabe que Bolsonaro é mais perigoso que o ví­rus, e só a classe trabalhadora, unida e organizada é que pode derrubar o seu governo! Fora Bolsonaro e seus generais! .

O diretor Ramiro López reforça ainda que foi uma manifestação importante para uma população que diz ˜basta de mortes’ e ˜basta de perdas de direitos’. Queremos o ˜Fora Bolsonaro’. Foi também um momento importante para a nossa categoria, especificamente, para mostrar à população em geral, como temos feito, que somos contrários à reforma administrativa e que quem perde com essa reforma é o povo, é quem mais precisa de serviços públicos. Assim, esse foi um momento para fortalecer essas lutas e defender os direitos de todos e todas .