Em ato simbólico realizado ao meio-dia dessa segunda-feira, 23, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, foi lançado o Plebiscito Popular sobre as privatizações no Rio Grande do Sul. O Sintrajufe/RS esteve presente à atividade, acompanhado de centrais, sindicatos e federações de trabalhadores, movimentos sociais e partidos políticos. A consulta será realizada entre os dias 16 e 23 de outubro.
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Uma faixa com os dizeres Primavera da democraciadiga não à entrega do nosso patrimônio foi mantida no local, havendo também distribuição de panfletos como forma de diálogo com a população sobre a importância do Plebiscito Popular. Simultaneamente, atos semelhantes foram realizados em pelo menos dez cidades no interior do estado: Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Três Passos, Vacaria, Taquara, Santana do Livramento, Ijuí, São Luiz Gonzaga e Sapiranga.

O plebiscito
A ação busca ser uma resposta de mobilização e enfrentamento ao aprofundamento da política de privatização dos serviços públicos e de entrega do patrimônio aos grandes grupos privados. Os governos federal e estadual gaúcho, assim como diversas administrações municipais, como a de Porto Alegre, estão alinhados nas políticas de privatização. Isso pode deixar parcelas significativas da população sem serviços essenciais, como abastecimento de água, correios, saneamento, processamento de dados, agências bancárias, entre outros.
O plebiscito ocorre no formato híbrido, com votação online e em cédula para comunidades de periferias, quilombolas e rurais, assentamentos, entre outras. Os locais de votação serão indicados pelos comitês populares de cada município. Escolas, associações de bairro, sindicatos, CTGs, igrejas e centros comunitários poderão ser utilizados.
Luta contra as privatizações
A diretora Luciana Krumenauer representou o Sintrajufe/RS na atividade. Para ela, os governos querem entregar o que é público para as empresas privadas. Elas têm papel importante na nossa sociedade, mas não no que é essencial para a nossa sobrevivência. A água, por exemplo, é um bem necessário, então sua privatização não pode ficar nas mãos de um governador ou prefeito. Os transportes, a Carris, são importantes para o nosso ir e vir. A gente sabe como funcionam as empresas privadas, vemos como é o transporte coletivo nas empresas privadas. A população precisa entender para que serve o instrumento do plebiscito, quando um governador ou prefeito quer tomar uma decisão e a gente entende que essa decisão não é boa para nós. E precisamos fazer o plebiscito girar, com pessoas engajadas nesse processo. Com isso, podemos conseguir reverter essas privatizações .
O ato foi coordenado pelo vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis: “Nós estamos chamando esse plebiscito de primavera da democracia porque ele vai acontecer de 16 a 23 de outubro. E é muito importante que a gente faça essa primavera porque nós sabemos que as elites do nosso estado e do nosso país não querem ouvir o povo”, salientou. “A aprovação da PEC 280 rasgou a nossa Constituição Estadual e tirou do povo o direito de decidir através de plebiscito, que estava no Artigo 2º da Constituição, o destino das empresas públicas do nosso estado, em especial do Banrisul, da Corsan e da Procergs. Eles já tinham feito isso antes com a CEEE, a CRM e a Sulgás”, denunciou Gimenis.