SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CRISE ECONÔMICA

Renda média dos brasileiros e brasileiras é a mais baixa já registrada em trimestres encerrados em fevereiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 31, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí­lios Contí­nua (Pnad) Contí­nua. O estudo aponta estabilização do desemprego em um patamar bastante alto e a renda média mais baixa já registrada em trimestres encerrados em fevereiro. Os dados demonstram que a economia continua derrapando sob as polí­ticas definidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes, com graves efeitos para as condições de vida da população.

No último trimestre (dezembro de 2021 a fevereiro de 2022), a taxa de desemprego se manteve estável, em 11,2%, com mais de 12 milhões de brasileiros e brasileiras nessa situação. Muitos dos empregados, ao mesmo tempo, estão em empregos precários, com poucos ou nenhum direito e com remunerações baixas. Mesmo com pequena expansão da ocupação, a renda média não cresce. E, em alguns setores, há redução nessa renda, como na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: queda de 2,1%, ou menos R$ 76. A renda média foi a menor já registrada para um perí­odo similar: R$ 2.504 é o valor recebido em média por um trabalhador ou trabalhadora no paí­s. Isso enquanto a inflação segue em disparada a cada mês.

A população desalentada, isto é, ou seja, aqueles que desistiram de procurar emprego, ficou em 4,8 milhões de pessoas, redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 18,7% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual. No que diz respeito à informalidade, janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%) e maior que a do mesmo perí­odo do ano passado (39,2%).

Outro levantamento divulgado nesta quinta, realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), reforça a gravidade do quadro econômico: 77,5% das famí­lias brasileiras estão fechando o mês de março com alguma dí­vida. Esse é o maior percentual registrado nos últimos 12 anos, perí­odo em que a CNC realiza a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. A quantidade de famí­lias nessa situação aumentou 10,3 pontos percentuais em um ano. Em março passado, as famí­lias endividadas eram 67,3%. A pesquisa também registrou outra máxima histórica: a proporção de famí­lias com dí­vidas ou contas em atraso foi de 27,8% , 3,7 pontos percentuais acima do que foi registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020. Destas, 10,8% das famí­lias declararam “não ter condições de pagar suas contas ou dí­vidas em atraso”, e vão permanecer inadimplentes.

Luta por reposição salarial

Em meio à queda na renda e ao aumento do endividamento, da inadimplência e da inflação, fica reforçada a necessidade de se entender a busca por reposição salarial como uma luta de todos e todas. Trabalhadores e trabalhadoras de todo o paí­s devem ampliar as mobilizações por salários justos e também para acabar com esse governo.

No serviço público, a campanha salarial segue nesta sexta-feira, 1º de abril, com mobilização em Porto Alegre, às 10h, com concentração em frente ao Instituto de Educação (ao lado do campus central da Ufrgs) e caminhada até o Palácio Piratini. O ato terá como algumas de suas pautas a campanha salarial unificada dos servidores e a luta contra a reforma administrativa. A atividade é organizada pelo Sintrajufe/RS e por outras entidades representativas de servidores federais, estaduais e municipais.

Com informações do portal G1.