SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

ELES AVISARAM

Promessa era de melhora nos serviços, mas CEEE privatizada deixa parte do estado sem luz há quase uma semana

Desde domingo, milhares de moradores de Porto Alegre e da Região Metropolitana estão sem luz. Terça e quarta-feira, foram registrados protestos nas ruas de bairros da capital e em Alvorada. As reclamações contra a CEEE Equatorial (nome dado à companhia de energia depois da privatização) vão desde a falta de retorno do serviço até graves problemas no atendimento e falta de retorno da empresa. Segundo o Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), em dezembro a empresa promoveu um Plano de Demissão Voluntária (PDV), ao qual aderiram 50% do efetivo.

O Ministério Público do RS, a Defensoria Pública do Estado, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs) e o Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon) decidiram agir para cobrar uma solução por parte da empresa. O promotor Rossano Biazus, da Promotoria de Defesa do Consumidor, afirmou que é obrigação do fornecedor atender e informar os clientes, especialmente em serviço de natureza pública. Segundo ele, o MP pretende verificar se houve redução nas equipes que atendem no setor de reclamações.

A falta de energia elétrica também afetou o serviço do Departamento Municipal de água e Esgoto (Dmae) e, com isso, cerca de 30 bairros de Porto Alegre ficaram sem água. A Estação de Tratamento de água (ETA) do bairro Menino Deus ficou 14 horas sem o serviço, segundo o diretor-geral, Alexandre Garcia. Ele afirmou que “nunca tí­nhamos ficado tanto tempo esperando com uma ETA desse tamanho sem funcionar”.

Redução do efetivo e da qualidade dos serviços

Em abril de 2021, trabalhadores e trabalhadoras da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) entraram em greve contra a agenda de Eduardo Leite (PSDB) de implementação de uma ampla agenda de retirada de direitos da categoria, como preparação para a privatização.

A CEEE-D foi privatizada pelo governo de Eduardo Leite (PSDB) e passou para o controle do Grupo Equatorial Energia em 2021, sendo chamada CEEE Equatorial. O Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul) informou, em um boletim, nesta quinta-feira, 10, que a Equatorial Energia promoveu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) no final de 2021, ao qual aderiram 998 trabalhadores e trabalhadoras, representando 50% do efetivo da empresa. Entre esses, centenas de profissionais capacitados e com larga experiência em manutenção de redes de distribuição, subtransmissão, redes subterrâneas e manutenção de subestações .

De acordo com o Senergisul, a alta adesão ao PDV se deu pelo fato da empresa optar por cortar benefí­cios dos empregados, como bônus alimentação, auxí­lio ao plano de saúde, entre outros benefí­cios, desde março de 2021. Durante meses, o sindicato arrecadou doações para centenas de cestas básicas para ajudar os trabalhadores e as trabalhadoras que passaram dificuldades para alimentar suas famí­lias. O sindicato também denuncia que a Equatorial descumpriu a decisão judicial para restabelecimento dos benefí­cios, forçando os empregados da antiga CEEE-D a se desligarem da empresa por total falta de condições de manter o sustento familiar com dignidade . Em janeiro deste ano, quando terminou a estabilidade de emprego de seis meses imposta no edital de venda da CEEE-D, a Equatorial vem promovendo demissões em massa dos profissionais que não aderiram ao PDV, informa o sindicato.

A entidade denuncia, ainda, que o atendimento em manutenção em subestações está praticamente sem profissionais qualificados e com expertise na empresa para atender quaisquer tipos de ocorrência em subestações na área de concessão da Equatorial Energia . O mesmo cenário estaria se repetindo no atendimento à manutenção de redes subterrâneas, localizadas no Centro de Porto Alegre.