SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO

Pesquisa mostra que quase 70% dos gaúchos são contra a proposta de acabar com o plebiscito sobre privatizações

Uma pesquisa de opinião divulgada nesta terça-feira, 1º de junho, mostra que 68,5% dos gaúchos são contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) 280/2019. Com a proposta, o governo do estado quer retirar da Constituição Estadual a obrigatoriedade de realização de plebiscito antes de colocar à venda o Banrisul, a Corsan e a Procergs. A pesquisa, encomendada pelo SindBancários e pela Fetrafi-RS, foi realizada pelo Instituto Studio Pesquisas e Consultoria entre os dias 21 e 22 de maio. A margem de erro é de 3,46% para mais ou para menos.

Hoje, para vender Banrisul, Corsan e Procergs, o governo do Rio Grande do Sul precisa consultar a população por meio de um plebiscito. A PEC 280/2019 quer justamente acabar com a consulta popular, o que colocaria a decisão de privatizar essas empresas exclusivamente nas mãos dos deputados e das deputadas estaduais.

Na pesquisa, foi apresentada a seguinte questão: Pela Constituição do RS, para privatizar uma empresa pública estadual como o Banrisul, a Corsan ou a Procergs é preciso consultar a população por meio de um plebiscito. O governo quer mudar a Constituição permitindo a privatização dessas empresas sem fazer plebiscito. Qual a sua opinião a respeito?

O resultado mostra que 68,5% dos entrevistados e entrevistadas são a favor da regra atual, ou seja, manter o plebiscito na Constituição. E 31,5% são a favor de mudar a regra.

Para o presidente do Sindbancários, Luciano Fetzner, a pesquisa comprova o que têm dito os bancários e funcionários das empresas sobre a PEC 280: a maioria da população gaúcha é contra esse retrocesso. Ao contrário do que disse Eduardo Leite, a população está consciente do que significa um plebiscito e tem plena condição de opinar sobre a venda de patrimônio do estado . Luciano também pontuou que o resultado da pesquisa é um recado claro para os deputados estaduais. Eles têm a chance de enterrar a PEC 280 nesta terça. Votem para ouvir a população. Sabemos como temas polêmicos assim impactam nas eleições no estado. E 2022 está logo ali , disse.

Perfil da amostra

Em relação ao gênero, a pesquisa mostra que 73,3% das mulheres entrevistadas são a favor de manter a regra atual, enquanto 26,7% são contra. Entre os homens, a proporção é de 63,4% a favor de manter o plebiscito na Constituição e 36,6% são a favor de mudar a regra.

Em todas as faixas etárias, a maioria dos entrevistados e entrevistadas é a favor de manter a consulta popular para a venda de patrimônio público. Entre 16 e 24 anos, 76% querem o plebiscito e 24% disseram que são a favor de mudar a regra atual. Entre 25 e 34 anos, 67,9% são a favor do plebiscito e 32,1%, a favor de mudar a regra; 35 a 44 anos (69% e 31%); 45 a 59 anos (66,5% e 33,5%) e 60 anos ou + (67,2% e 32,8%).

Por escolaridade, a proporção também se mantém em todos os ní­veis. Da mesma forma, no fundamental incompleto (63,8% X 36,2%); no fundamental completo/ médio incompleto (68,2% x 31,8%); no médio completo/ superior incompleto (72,7% X 27,3%); e no superior completou ou acima (68,4% e 31,6%).

A pesquisa também recolheu os dados de ocupação dos entrevistados e entrevistadas. O maior percentual contra a PEC 280/2019 aparece entre servidoras e servidores públicos, com 84,1% dos entrevistados a favor de que se mantenha o plebiscito na Constituição gaúcha e 15,9% a favor de se mudar a regra. Empresários e profissionais liberais são os que menos apoiam o plebiscito. Ainda assim, 50,6% de entrevistados nesses grupos são a favor de manter a regra atual e 49,4% são a favor de mudar a regra.

No setor privado formal a proporção é de 63,4% a favor do plebiscito contra 36,6% a favor de mudar a regra. No setor privado informal, 62,5% X 37,5%; autônomos e MEIs, 68,2% X 31,8%; aposentados e aposentadas, 75,8% X 24,2%; e desempregados e desempregadas, 79,2% X 20,8%. Em outras categorias, a proporção é de 77,1% (a favor do plebiscito e 22,9%. Pela mudança na regra.

A pesquisa foi colhida em 59 municí­pios gaúchos de quatro grandes regiões. Na região de Porto Alegre, 68% dos entrevistados disseram ser a favor do plebiscito e 32% querem mudar a regra; na região Metropolitana /Vales do Caí­ e Pardo, a proporção é de 62,4% e 37,6%; Centro-Sul / Fronteira Oeste, 79,3% e 20,7%; e na Serra /Norte / Noroeste do estado, 66,8% querem opinar sobre a venda do Banrisul, Corsan e Procergs, enquanto 33,2% querem deixar nas mãos da maioria dos deputados.

Fonte: Sindbancários Porto Alegre e Região