SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DÍVIDAS E INADIMPLÊNCIA

Pesquisa mostra que 78,5% das famí­lias brasileiras estão endividadas; servidores acumulam R$ 200 bi em consignados e Fenajufe prepara campanha pela antecipação de parcela de reposição

Foi divulgada nesta semana mais uma pesquisa sobre o endividamento das famí­lias brasileiras realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento apontou que 78,5% das famí­lias estavam nessa situação em junho, o maior í­ndice da série histórica iniciada em 2010. O aumento ocorreu em todas as faixas de renda.

Também houve aumento do volume de inadimplência, que agora alcança 29,2% das famí­lias, 0,1% a mais do que no mês anterior. Do total de consumidores com dí­vidas atrasadas, 4 em cada 10 entraram em junho sem condições de pagar os compromissos de meses anteriores, maior proporção desde agosto de 2021. Também cresceu o número de consumidores com atrasos há mais de 90 dias, que, em junho, atingiu 46% do total de inadimplentes.

A pesquisa mostrou que, mesmo com o aumento do endividamento em junho, um mês antes do que a CNC estimava, a parcela média da renda comprometida com dí­vidas registrou o menor percentual desde setembro de 2020, ao atingir 29,6%. Segundo a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa, isso pode ser explicado pelo comportamento da renda de parte dos consumidores. Isso é resultado da melhora da renda dos consumidores que recebem até dez salários mí­nimos, que ocorre por conta da dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado , observou.

Em 2021, servidores acumulavam dí­vidas com consignados de quase R$ 200 bilhões

Para os servidores e as servidoras, a realidade também tem sido de endividamento crescente. Estudo publicado no ano passado pelos economistas e pesquisadores Miguel Bruno e Denise Lobato Gentil mostra que, ano a ano, o volume de dí­vida do funcionalismo vem aumentando. Em 2021, última data registrada no estudo, apenas as dí­vidas com consignados já se aproximavam de R$ 200 bilhões.


Fenajufe prepara calendário de mobilização pela antecipação da última parcela da reposição

Colabora para o crescimento das dí­vidas dos servidores e das servidoras o congelamento imposto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em quatro anos. No caso do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, esse congelamento foi rompido parcialmente com a aprovação de uma reposição salarial que recupera parte das perdas acumuladas. A reposição, de 19,25%, está sendo implementada em três parcelas, cumulativas, totalizando 24 meses: 1º de fevereiro de 2023 (6%); 1º de fevereiro de 2024 (6%) e 1º de fevereiro de 2025 (6,13%).

Porém, como a reposição não recupera a totalidade das perdas, a luta pela recomposição dos salários da categoria continua. Neste momento, a Fenajufe prepara um calendário de mobilizações pela antecipação da última parcela, de 1º de fevereiro de 2025, para ser paga já em 2024. E, a partir daí­, retomar a luta para a recomposição das demais perdas salariais que já estão acumuladas.

Com informações da Agência Brasil