SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

PATRIMÔNIO PÚBLICO

Pesquisa aponta que a maior parte dos brasileiros é contra venda de estatais; maioria não vê melhora em serviços privatizados

Pesquisa divulgada nesta semana pelo jornal Folha de S. Paulo e realizada pelo Instituto Datafolha aponta que há mais brasileiros e brasileiras contra privatizações do que a favor. A pesquisa demonstra que a polí­tica de Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes estava desalinhada dos interesses da população, o contrário do que ocorre agora, quando o governo Lula (PT) começa a cancelar processos de privatização abertos no governo anterior.

Realizada em 126 municí­pios, a pesquisa ouviu 2.028 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 29 e 30 de março, e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa, portanto, foi realizada antes do anúncio do governo que retirou do programa de privatizações que fora criado por Bolsonaro sete estatais, entre elas os Correios.

A pesquisa apontou que 45% dos brasileiros são contra privatizações e 38% são a favor; 3% se disseram indiferentes e 14% disseram que não sabem. No caso dos Correios, a pesquisa Datafolha aponta um empate técnico na percepção da população: 45% são favoráveis à privatização e 46%, contrários, mas o apoio à privatização é menor em empresas como a Petrobras (37% a favor, 53% contra; os demais são indiferentes ou não sabem) e bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (36% a favor, 55% contra).

Serviços não melhoram com privatizações

A mesma pesquisa trouxe o detalhamento de algumas posições dos entrevistados e das entrevistadas sobre privatizações em áreas especí­ficas. A maioria, por exemplo, é contrária à cobrança de pedágios nas estradas: 55% contra 44% que se disseram favoráveis. Os resultados também sugerem que a população não associa a privatização a melhorias nos serviços: apenas 33% defendem que a privatização do aeroporto de Cumbica, por exemplo, foi ótima ou boa para os usuários (23% responderam que foi regular , 12% que foi ruim ou péssima e 32% não soube opinar).

Outro caso que chama a atenção é o da Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo: 53% dos entrevistados e entrevistadas se disseram contra a privatização da empresa, contra apenas 40% favoráveis; 43% acreditam que o serviço oferecido melhoraria com a privatização, enquanto 49% acredita que ficaria igual ou pior (7% disse não saber). A Sabesp é a equivalente em São Paulo à Corsan no Rio Grande do Sul, que o governador Eduardo Leite (PSDB) vem tentando privatizar.

Correios e outras seis estatais retiradas do PND

Na última quinta-feira, 6, o governo Lula (PT) retirou sete empresas estatais do Programa Nacional de Desestatização (PND): os Correios, a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF), a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). Outras três empresas foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI): a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) e a Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras).

Com informações da Folha de S. Paulo, do Correio Braziliense e da CUT.