Nessa quinta-feira, 14, centenas de pessoas participaram de ato público unificado em alusão ao Dia Internacional da Mulher, na Esquina Democrática, em Porto Alegre, e depois seguiram em caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares. As manifestações, previstas para acontecer no 8 de Março, foram transferidas devido às chuvas da semana passada. O Sintrajufe/RS participou das atividades, com vários sindicatos, centrais sindicais, como a CUT, coletivos de mulheres, movimentos social e estudantil, além de partidos políticos.
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Neste ano, o ato público e as demais atividades do Mês de Luta das Mulheres têm como mote Pela vida das mulheres, contra todas as violências! Basta de Feminicídios! Basta de Privatizações! . Desde a parte da manhã, ocorreram ações descentralizadas, reunindo os movimentos de mulheres, que depois se dirigiram até a Esquina Democrática.
Durante o ato público, as falas destacaram reivindicações e denúncias que constam no manifesto de divulgação do 8M: a denúncia da misoginia, dos feminicídios, lesbocídios e transfeminicídio, do assédio e da violência sexual; a luta por outras formas de viver, um outro modelo econômico sem nenhuma forma de exploração e opressão; a defesa do acesso democrático à terra, da reforma agrária, da agroecologia e do fim da violência no campo e na cidade; fim de propostas de privatizações da água, da energia, do transporte, serviços e do espaço urbano.
O dia 14 também marcou os seis anos do assassinato da vereadora do Psol-RJ Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o que foi lembrado durante o ato público, em falas e cartazes. Além do fim da violência contra a mulher, as e os manifestantes reivindicavam igualdade de salários, creches em tempo integral e demais políticas públicas que garantam a emancipação feminina. Outro destaque foi a reivindicação pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza.
Veja AQUI o manifesto.
A luta das mulheres é diária
A caminhada e o ato público, marcados pelos seis anos do assassinato de Marielle Franco, reforça a importância da luta diária para que as violências sofridas por nós, mulheres, não caiam no esquecimento , afirma a diretora do Sintrajufe/RS Arlene Barcellos. Ela entende que as várias formas de violência podem culminar no aniquilamento de uma mulher pela sua atuação política em espaços de decisão , como ocorreu com a vereadora carioca. Neste dia 14, foram muitas vozes a denunciar as violências, a exigir políticas de combate contra todas as formas de violência contra as mulheres e punição aos agressores.
A diretora do Sintrajufe/RS Camila Telles também mencionou Marielle Franco. A dirigente enfatiza a enorme importância de estarmos presentes, como entidade representativa de servidores e servidoras do Judiciário Federal, no dia em que se completaram seis anos do assassinato de uma vereadora, mulher negra e defensora dos direitos humanos .




As reivindicações consignadas para este Mês de Luta das Mulheres foram lembradas pela diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana: a tarde de ontem foi um dia de luta, pela vida das mulheres, contra os feminicídios, contra todas as violências, assédios e discriminações, pela igualdade na sociedade e salarial, respeito e melhores condições de trabalho, contra as privatizações . Para ela, o ato reforçou que é necessário recuperar as políticas públicas, sucateadas no governo Bolsonaro, para que garantam uma vida digna e com segurança para as mulheres, que lhes deem oportunidade de viver com justiça, estar em todos os espaços com paridade e a certeza de que seus direitos serão respeitados. Lembramos também que neste ano haverá eleições e vamos decidir como queremos que seja a nossa cidade, e que as mulheres precisam eleger pessoas que as representem de verdade. Foi um ato bastante forte, uma caminhada potente pelo Centro de Porto Alegre, e o grito mais forte era: pela vida das mulheres! Basta de feminicídios!
A diretora Denise Elias destaca as várias atividades que ocorreram ao longo do dia e que reuniram várias categorias de mulheres do campo e da cidade e a diversidade de movimentos sociais presentes. O mote era a luta atacando todo tipo de violência contra as mulheres, o que foi evidenciado na potência da marcha até o Largo Zumbi dos Palmares .
Estar em atos como este nos dá consciência, quase física, de quantas formas de violência atingem as mulheres, mesmo que eu me sinta ˜protegida™ de muitas delas , avalia a diretora do Sintrajufe/RS Márcia Coelho. A dirigente entende que ainda precisamos de muito trabalho para que os homens entendam a necessidade de respeitar as mulheres, mas também podemos ver a força das sobreviventes, e isso nos reconforta e motiva .