SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

“SALÁRIO MÍNIMO NÃO SERÁ MEXIDO”

Lula toma distância de desvinculação entre salário mínimo e benefícios como BPC; pressões do mercado miram mínimos da saúde e educação

Em entrevista concedida ao portal Uol nessa quarta-feira, 26, o presidente Lula (PT) foi questionado sobre a possibilidade de desvinculação entre o salário mínimo e pagamentos como o benefício de prestação continuada (BPC) e as pensões. Lula afirmou que essas medidas não estão entre as estudadas pelo governo.

No mesmo contexto, Lula disse que “o salário mínimo não será mexido” enquanto ele for presidente da República. Ele defendeu a vinculação entre o aumento do salário mínimo e o crescimento do produto interno bruto (PIB) afirmando que “o crescimento do PIB é exatamente para isso, é para distribuir entre os 213 milhões de brasileiros. E eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”.

A desvinculação da aposentadoria e dos benefícios previdenciários do salário mínimo é uma das pautas que vêm sendo defendidas pelo “mercado”, pela oposição e pela grande imprensa como forma de reduzir os gastos do governo. Um dos personagens que defende que aposentados e aposentadas ganhem menos do que um salário mínimo é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Recentemente, em evento do mercado financeiro, Campos Neto disse que ações como “desindexação do salário mínimo da Previdência e a desvinculação de saúde e educação” são “medidas muito boas, que seriam um choque positivo e ajudariam muito neste momento”.


A “desvinculação de saúde e educação”, também defendida por Campos Neto, nada mais é do que acabar com o gasto mínimo definido pela Constituição para esses dois setores. Jornais como O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo vêm enfileirando editoriais para defender medidas desse tipo. Também vêm publicado repetidas reportagens, com “especialistas” escolhidos a dedo para reforçar a defesa da agenda derrotada nas eleições de 2022.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também já deu declarações defendendo medidas como essas. Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento no dia 12 de junho, Tebet descartou a desvinculação do piso das aposentadorias ao salário mínimo, afirmando que isso “não passa pela cabeça do presidente Lula nem da equipe econômica”. Porém, a ministra afirmou que outras vinculações precisam ser “modernizadas” – e citou o BPC e o abono salarial como exemplos.

Com Marcha a Brasília, trabalhadores e trabalhadoras defenderam revogação da reforma da previdência e da reforma trabalhista

No dia 22 de maio, o Sintrajufe/RS esteve em Brasília, juntamente com diversas entidades sindicais, em uma grande mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Organizada pela CUT e outras centrais, a Marcha a Brasília teve, entre outras pautas, a defesa da valorização do salário mínimo e das aposentadorias. A revogação da reforma trabalhista e da reforma da Previdência também foram defendidas pelos e pelas manifestantes, assim como medidas de reconstrução do Rio Grande do Sul que incluam a proteção e o amparo aos trabalhadores e trabalhadoras do estado.