SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

1,4 MIL FEMINICÍDIOS EM 2022

Lula sanciona lei que institui pensão para filhos e filhas de ví­timas de feminicí­dio

Na última terça-feira, 31 de outubro, o presidente Lula (PT) sancionou a lei que institui pensão especial para os filhos e filhas e dependentes, menores de 18 anos, de mulheres ví­timas de feminicí­dio. O projeto é de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS).

O texto estabelece que o benefí­cio será concedido aos órfãos cuja renda familiar mensal per capita seja de até 25% do salário mí­nimo. A pensão instituí­da, no valor de um salário mí­nimo, será paga ao conjunto dos filhos que eram menores de idade na data do óbito da mãe, mesmo que o feminicí­dio tenha ocorrido anteriormente à publicação da Lei. O objetivo é contribuir para que sejam supridas as necessidades médica, psicológica e econômica dos menores nessa situação.

Em 2022, o Brasil registrou 1.437 casos de feminicí­dio, um aumento de 6% em relação ao perí­odo anterior. As mortes deixaram ao menos 2.321 crianças e adolescentes órfãs, uma média de seis menores por dia.

Durante a sanção da lei, Lula lamentou a violência contra as mulheres e a necessidade de uma medida como essa: Sancionar uma lei como essa não deveria ser motivo de orgulho para o presidente da República , disse Lula. É abominável saber que grande parte das ví­timas de feminicí­dio são mulheres pobres e negras. E cada mulher dessas tem um filho que vai ficar dependendo de terceiros para que tenham um futuro digno neste paí­s , completou o presidente. Espero que a gente não tenha que fazer mais lei, possa fazer um ato para comemorar que, em tal ano, não houve nenhum feminicí­dio no Brasil. Quando esse dia chegar, seremos muito mais felizes , ressaltou.

Segundo a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a proposta é mais uma medida de reparação ao estrago causado pela violência contra a mulher no âmbito familiar. A sanção presidencial de hoje assinala que esse governo reconhece o feminicí­dio como grave fenômeno social e reafirma necessidade de desenvolvermos polí­ticas especí­ficas voltadas às mulheres brasileiras e aos adolescentes e crianças, em razão dessas mortes violentas .

Com informações da Carta Capital, do Ministério do Desenvolvimento Social e do portal G1