SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SENHOR DA MORTE

Governo Bolsonaro alcança mais um marco: Brasil chega a 300 mil mortes na pandemia

Nessa quarta-feira, 24, o Brasil chegou a mais uma triste marca na pandemia do novo coronaví­rus. São 300 mil mortes confirmadas pela doença. Mais do que um número, são famí­lias destruí­das, amigos perdidos, casais separados por mortes muitas vezes evitáveis. Pior: as cifras só crescem, e a cada dia o paí­s bate novos recordes de casos e óbitos, em meio ao negacionista e a polí­ticas que empurram a população para a morte.

Nos últimos dias, a média de novos casos confirmados a cada 24 horas ultrapassou os 75 mil. As mortes, por sua vez, têm média diária superior a 2 mil desde o dia 17 de março, com alguns dias ultrapassando os 3 mil óbitos confirmados. O Brasil é, já há alguns meses, o epicentro da pandemia, configurando-se como uma ameaça global na medida em que o descontrole da doença no paí­s pode gerar novas variantes do ví­rus.

Falta de vacinas, testagem e de polí­ticas de enfrentamento à pandemia

Muitas dessas 300 mil mortes já registradas seriam evitáveis com medidas simples. O ritmo extremamente lento da vacinação, por exemplo, deixa a população desassistida e sem perspectiva de sair da crise. Não há um plano nacional efetivo de vacinação, a compra de vacinas é feita a conta gotas e a recusa do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em negociar doses oferecidas já no ano passado prolongou desnecessariamente a tragédia.

As vacinas, porém, não são o único ponto no qual o governo federal atrapalha as perspectivas de combate à pandemia. Em nenhum momento, em mais de um ano de crise sanitária, foi efetuada uma polí­tica de testagem da população e controle epidemiológico. Milhões de testes chegaram a vencer sem serem enviados aos estados. Ao mesmo tempo, Bolsonaro e seu governo indicavam para a população medicamentos sem qualquer comprovação cientí­fica e que, agora, sabe-se que estão causando graves problemas de saúde a pessoas que o administraram.

A falta de liderança do governo federal na construção de uma gestão responsável da crise esteve espelhada nas mudanças no ministério da Saúde. De ministro em ministro, a situação foi piorando, a polí­tica da morte ganhando terreno frente à ciência, chegando-se ao desastroso Eduardo Pazuello, agora defenestrado para tentar salvar a pele de Bolsonaro como um afago ao centrão . As constantes substituições de ministros não deixam dúvidas: Bolsonaro faz da pandemia um terreno de decisões autocentradas, afastadas de noções cientí­ficas e voltadas apenas para sua sanha autoritária e genocida.

Governo ignora orientações da OMS e, ao mesmo tempo, joga população na miséria

As medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) foram reiteradamente desrespeitadas, ridicularizadas e combatidas por Bolsonaro, do uso de máscaras a ações de distanciamento social. Bolsonaro vem combatendo todas as medidas restritivas apresentadas por alguns governadores e prefeitos, mesmo as mais brandas e pouco efetivas. Sem suporte econômico às famí­lias, o governo vem jogando brasileiros e brasileiras à miséria, e, ao mesmo tempo em que mantém quase tudo aberto, permite a suspensão de contratos e a redução de salários dos trabalhadores e trabalhadoras do setor privado. Ainda, luta para não pagar o auxí­lio emergencial de que a população tanto precisa, e só aceitou retomar o pagamento, agora, com grande redução de valores.

Passar a boiada para destruir os serviços públicos

O governo Bolsonaro também utiliza a pandemia para passar a boiada , como sugeriu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e desmontar os serviços públicos. Com a pandemia como desculpa e necessidades como o auxí­lio emergencial como objetos de chantagem, o governo já aprovou a PEC Emergencial e tem logo à frente a reforma administrativa. Com essas e outras medidas, proí­be gastos com o serviço público, sobrecarrega e retira direitos de servidores e servidoras e deixa a população desassistida.

O Sistema único de Saúde (SUS), constante alvo de ataques do atual governo, tem se mostrado a única salvaguarda da população frente à crise sanitária. Graças à robusta estrutura do SUS, apesar de sua precarização, muitas vidas estão sendo salvas. Não fosse o Sistema único de Saúde, a tragédia seria muito maior. Mesmo assim e ainda que o SUS esteja sob forte pressão pela alta demanda, o governo não amplia investimentos e congela os salários de todos os servidores e servidoras, inclusive os da Saúde, sendo os militares a única exceção.

Mais e melhores serviços públicos, vacina já e Fora Bolsonaro!

O momento é muito duro para a população brasileira, afundada em uma crise sanitária e econômica e liderada por um governo que não se importa com a vida dos brasileiros. Algumas pautas de luta se impõem neste momento como centro da polí­tica nacional e como únicos caminhos para começar a sair da crise. A defesa de mais e melhores serviços públicos, a exigência de rapidez na vacinação e o fim do governo Bolsonaro são as principais dessas pautas.

Diversas mobilizações, em variados formatos, têm sido realizadas na defesa de agilização da vacinação. O Sintrajufe/RS soma-se a esse chamado e defende vacina já para todos e todas e testagem de forma gratuita e pelo SUS. Junto a polí­ticas de proteção, essa é a única saí­da para a crise sanitária.

Ao mesmo tempo, é preciso lutar pela valorização dos serviços públicos. Frente à crise econômica, é ali que a população encontra a possibilidade de ver seus direitos básicos respeitados. É na estrutura do serviço público que a população é atendida em demandas como saúde, educação e justiça. A pandemia deixou ainda mais claro esse cenário, reforçando a importância do SUS. Frente às tentativas de desmonte, precarização e privatizações, a classe trabalhadora deve exigir mais e melhores serviços públicos, não menos!

Finalmente, é preciso ter muito claro que não há saí­da completa da crise sob o governo Bolsonaro. Sua polí­tica é a da morte e da destruição dos serviços públicos. Assim, para proteger a vida e a saúde dos brasileiros e para construir mais e melhores serviços públicos, a insí­gnia do Fora Bolsonaro é uma necessidade.

Não queremos mais 300 mil mortes! Não queremos nem mais um dia de governo Bolsonaro!