SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MASSACRE DA FARINHA

Itamaraty divulga nota condenando assassinato de mais de 100 pessoas que aguardavam por comida em Gaza; CUT e Fenajufe já se posicionaram contra genocí­dio

Nessa quinta-feira, 29 de fevereiro, um brutal ataque por parte do exército de Israel levou à morte mais de 100 pessoas na Faixa de Gaza. Enquanto aguardavam o recebimento de comida, centenas de palestinos foram alvo de tiros disparados por soldados israelenses, deixando, além dos civis mortos, cerca de 750 feridos, em episódio que vem sendo chamado de massacre da farinha . Na manhã desta sexta-feira, 1º de março, o Ministério das Relações Exteriores condenou a ação e as atrocidades cometidas pelo governo Benjamin Netanyahu, cobrando ações efetivas da comunidade internacional.

Na nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro caracteriza o episódio e as ações de Israel em Gaza como uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem , já que o caso desta semana demonstra a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território . Lembra que autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil , mas denuncia que, mesmo assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional .

O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão , diz a nota do governo. E conclui que a humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres .

A nota ainda lembra os terrí­veis números resultantes dos atuais ataques de Israel: mais de 30 mil mortes de civis palestinos, das quais mais de 12 mil são crianças, registradas desde o iní­cio do conflito, além dos mais de 1,7 milhão de palestinos ví­timas de deslocamento forçado. E manifesta a posição do governo brasileiro no sentido da absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns . Finalmente, recorda a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro corrente, que demandam que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos considerados como genocí­dio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocí­dio .

Veja AQUI a í­ntegra da nota.

Ato de sindicato contra massacre de jornalistas na Faixa de Gaza pede ruptura de relações diplomáticas com Israel

Na última terça-feira, 27, o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo realizou um ato, em sua sede, contra o massacre de jornalistas palestinosmais de 100 já foram mortos. Para o presidente do SJSP, não é possí­vel tratar o que vem ocorrendo na Faixa de Gaza como um conflito entre duas forças bélicas regulares: Estamos tratando aqui de uma sistemática polí­tica coordenada por Israel de apagar o povo palestino do mapa, tentando desumanizar as tantas e tantas ví­timas de ataques por terra e dos bombardeios israelenses . Paulo Zocchi, vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), destacou que, no massacre em curso na Faixa de Gaza, os jornalistas são um alvo especí­fico, que o Estado de Israel persegue. Numa guerra, num conflito, o jaleco de jornalista, o capacete de jornalista, deveria ser um equipamento de segurança do profissional, mas na Faixa de Gaza ele é um alvo. Na Segunda Guerra Mundial inteira, morreram 69 jornalistas; na Faixa de Gaza, já morreram mais de 100 jornalistas.

Ao final do ato, diversas entidades vinculadas ao jornalismo e aos direitos humanos lançaram o Manifesto dos Jornalistas Brasileiros sobre o tema, exigindo o fim do genocí­dio do povo palestino e um cessar-fogo imediato. O manifesto conclama, ainda, o governo brasileiro a aderir à campanha de boicote e desinvestimentos a ações de Israel e assim romper todos os acordos e convênios da indústria militar de Israel .


Veja AQUI a í­ntegra do manifesto.

Fenajufe e CUT manifestaram apoio às declarações do presidente Lula sobre o genocí­dio na Palestina

Na semana passada, após o presidente Lula (PT) denunciar publicamente o genocí­dio na Palestina, a Fenajufe emitiu nota de apoio às declarações do presidente. A federação saudou o posicionamento do Brasil de busca pela negociação de uma paz justa, de endosso à ação da áfrica do Sul na Corte Internacional de Justiça contra o genocí­dio e de ingresso de ação própria, além das justas declarações de Lula e retirada do embaixador brasileiro de TelAviv . E defendeu que o governo esgote todas as medidasincluindo romper relações diplomáticas e acordos sobretudo de cooperação militar com Israel “, para reforçar uma posição internacional capaz de deter o genocí­dio, reconhecer os direitos do povo palestino e punir crimes contra a Humanidade! .

A nota da Fenajufe também lembra a deliberação da sua XXIII Plenária Nacional, em Belém-PA, que lembra que a luta do povo palestino, que já dura mais de 75 anos, é em defesa do direito à sua terra, uma vida segura, com acesso a direitos básicos, o que somente pode ser alcançado pela construção de uma paz duradoura na região, assegurando que árabes, judeus e cristãos possam viver harmonicamente em condições de democracia e direitos iguais para todos, independentemente de credo ou etnia .

Veja AQUI a nota completa da Fenajufe.

No mesmo contexto, a CUT também se manifestou sobre o tema. Em nota divulgada no dia 19 de fevereiro, a central apresentou sua solidariedade a Lula contra os duros e injustos ataques que está sofrendo da extrema direita, do sionismo e da grande imprensa, cúmplices dos crimes que o governo de Israel comete contra o povo palestino e a humanidade . E pontuou que a CUT, que defende a revogação de todos os acordos militares que o nosso paí­s possa ter com Israel, não poderia deixar de solidarizar-se com o Presidente Lula que rompeu relações de obediência ao status quo israelense e reestabeleceu uma posição humanitária e soberana no cenário conturbado da atual geopolí­tica global .

Veja AQUI a í­ntegra da nota da CUT.