SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SE TIVER UM SEGUNDO MANDATO

Em encontro com empresários, Paulo Guedes promete acabar com obrigação de reajuste de aposentadorias e do salário mí­nimo pela inflação do ano anterior

Em entrevista coletiva após encontro com empresários na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio de Janeiro, Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), antecipou a polí­tica salarial para um segundo mandato de Bolsonaro, caso seja eleito: desvincular o reajuste do salário mí­nimo e as aposentadorias da inflação do ano anterior. Esta medida levaria milhões de trabalhadores da ativa e aposentados a perderem ainda mais seu poder de compra.

Conforme a reportagem da Folha de S. Paulo do dia 20, o governo irá apresentar, caso seja reeleito, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para quebrar o piso , ou seja, desvincular recursos que hoje são obrigatórios. Entre essas obrigações está justamente o reajuste do salário mí­nimo e dos benefí­cios previdenciários pela inflação.

Nos quatros anos de seu governo, Bolsonaro não concedeu reajuste real nos valores do salário mí­nimo e da aposentadoria, ao contrário da polí­tica de valorização que foi implementada nos governos de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), fica claro que Bolsonaro só corrigiu esses valores pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) porque foi obrigado pela lei.

Na proposta apresentada por Guedes, o piso considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mí­nimo, pela meta de inflação , segundo a Folha de S. Paulo, abrindo-se a possibilidade de correções abaixo da inflação, gerando redução do valor real. Outra possibilidade, ainda, seria a de trocar o INPC pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como base de cálculo. O IPCA costuma ser bem mais baixo do que o INPC. Em 2021, por exemplo, o INPC foi de 10,16%; o IPCA, de 5,03%.

Lula critica teto de gastos e promete aumento real do salário mí­nimo

Adversário de Bolsonaro na disputa eleitoral que se encerra no dia 30 de outubro, Lula (PT) tem entre suas propostas a recuperação de um salário mí­nimo forte, com reajuste acima da inflação para aumentar o poder de compra das famí­lias . Em entrevista concedida ao podcast Flow nesta semana, Lula também falou sobre sua posição a respeito do teto de gastos: eu sou contra teto de gastos. Teto de gastos pra garantir o quê? Pra garantir que os banqueiros recebam o deles? E o povo pobre? Eu não posso melhorar a saúde por causa do teto de gastos, eu não posso melhorar a educação por causa do teto de gastos, não posso fazer creche por causa do teto de gastos ou seja, só vale a pena pagar o juros para os banqueiros? Eu não acho que a educação seja gasto, a educação é investimento. Cuidar da saúde das pessoas é investimento. Nós precisamos tratar as pessoas com um pouco mais de decência .