SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

BANCO CENTRAL

Em ato com participação do Sintrajufe/RS, CUT e outras entidades defendem redução dos juros e fim da autonomia do Banco Central

Na manhã desta terça-feira, 30, o Sintrajufe/RS participou de um ato público em defesa da redução da taxa de juros e do fim da autonomia do Banco Central. A atividade foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), por outras centrais e sindicatos e ocorreu simultaneamente em diversas cidades do Brasil.

As mobilizações tiveram como mote “menos juros, mais empregos” e foram realizadas nas cidades em que há representação do Banco Central, incluindo Porto Alegre, onde a atividade aconteceu em frente a sede da instituição, na rua 7 de Setembro. A data foi escolhida por ser o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros do país a cada 45 dias. O Sintrajufe/RS esteve representado pelas diretoras Arlene Barcellos e Cristina Viana e pelos diretores Fabrício Loguércio e Zé Oliveira.

Representantes de sindicatos, centrais e movimentos sociais (de luta pela moradia, atingidos por barragens, atingidos por enchentes, entre outros) e de estudantes falaram ao longo do ato, manifestando-se contra a política de juros do Banco Central. O ato teve caminhada pelas ruas centrais de Porto Alegre, em conjunto com o Movimento de Luta pela Moradia, incorporando o tema das enchentes que recentemente atingiram o Rio Grande do Sul, e seguiu até o Palácio Piratini. Em frente à sede do governo, os manifestantes somaram-se a protesto de professores e professoras organizado pelo Cpers, contra o projeto do governador Eduardo Leite (PSDB) de reestruturação da carreira dos servidores e servidoras.

A diretora Arlene Barcellos e o diretor Fabrício Loguércio, que também representou a Fenajufe, falaram em nome das entidades durante o protesto.

Para a diretora Arlene Barcellos, “um ato com mobilização no dia de hoje, quando ocorre a reunião do Copom, demonstra disposição em denunciar nas ruas a política de juros altos do Banco Central. A autonomia do BC é uma falácia, porque, sob o pretexto de controlar a inflação, concentra nas mãos do presidente, Campos Neto, a definição dos rumos da economia, favorecendo os lucros dos bancos e dos especuladores financeiros em detrimento do investimento em políticas públicas”

Para a diretora Cristina Viana, o ato “foi muito importante para protestar contra os juros altos praticados pelo BC . Juros que empobrecem as famílias e só favorecem os rentistas, banqueiros e grandes empresários. Há pesquisas que indicam que 78% das famílias brasileiras estão endividadas, por isso hoje fomos para a frente da sede do BC aqui em Porto Alegre, tendo em vista que é o primeiro dia da reunião do Copom, e a sinalização do Campos Neto é de que pretende seguir com essa política que é uma verdadeira sabotagem à economia e que penaliza especialmente os mais pobres. Aqui no RS, temos ainda a devastação causada pela enchente e pela irresponsabilidade dos gestores do município e do estado, que não tomaram as providências para evitar danos maiores e ainda não estão alcançando as medidas necessárias para a recuperação das moradias e empregos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Assim, se somaram a nós os companheiros e companheiras da luta por moradia, outra pauta importantíssima e que tem relação com a necessária política para promover o povo brasileiro”.

Para o diretor Fabrício Loguercio, “o ato foi muito importante. A alta taxa de juros impostas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é um dos principais problemas econômicos do Brasil. Estrangula o desenvolvimento, a geração de empregos, o investimento em moradias, em educação, saúde e assistência social. Só as trabalhadoras e trabalhadores nas ruas é que podem reverter essa política neoliberal”.

O diretor Zé Oliveira, por sua vez, explica que a atividade “cobrou a redução dos juros para que possam ser implementadas mais políticas públicas de proteção a quem realmente precisa. A política do atual presidente do Banco Central prioriza os rentistas e inviabiliza os investimentos, as políticas sociais, a geração de empregos. Não é possível que o indicado, por quem foi derrotado nas urnas, à presidência do Banco Central, use do cargo para inviabilizar a mudança de rota no país decidida pelo povo nas eleições de 2022. A manifestação foi em defesa de mais empregos, de mais políticas públicas, de mais e melhores serviços públicos prestados à população, de mais direitos, de moradia para as pessoas atingidas pela enchente”.