Circula nos últimos dias um áudio que desnuda a forma como o empresariado bolsonarista enxerga os trabalhadores e trabalhadoras e a educação. Luciano Hang, dono da Havan, exige do secretário estadual da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Eli, que demita professores e atrase os salários dos educadores para que sobre dinheiro para conceder benefícios fiscais a empresas.
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O áudio foi gravado durante reunião em abril de 2018 e, no trecho divulgado, a conversa travada é a seguinte:
Paulo Eli: Eu tenho que pagar os salários dos professores. Estou na iminência de atrasar salários.
Luciano Hang: Atrasa os salários. Paulo, você vai me desculpar. Atrasa os salários, demita.
Eli: Não, eu quero o imposto das lojas.
Hang: Vocês estão pensando só no imposto de vocês para pagar o diabo dos professores. Demite a metade.
Em nota, Hang não negou a conversa e admitiu que pressionava por medidas para não deixar aumentar alíquota da indústria têxtil . A demissão da metade dos professores e professoras do estado e o atraso dos salários dos remanescentes seria uma dessas medidas.
Bolsonaro destrói serviços públicos para liberar recursos para banqueiros e deputados
A fala de Luciano Hang está em consonância com o projeto que Jair Bolsonaro (PL) vem aplicando em relação aos serviços públicos. Com seguidos cortes orçamentários, redução de gastos e investimentos, privatizações e, finalmente, a intenção de aprovar a reforma administrativa (PEC 32/2020), o que o governo busca é redirecionar recursos que hoje são utilizados para garantir direitos à população. Esses recursos são reorientados, por exemplo, para encher os bolsos dos banqueiros e para comprar parlamentares via orçamento secreto.