SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

AÇÕES AFIRMATIVAS

Cotas para negros e negras em concursos no TJRS são aprovadas pela Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, no dia 4, o PL 239, que reserva para negros e negras 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos de ingresso no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, inclusive para a magistratura. O projeto é de autoria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e tramitava desde 2016.

Aprovado com 34 votos favoráveis e 11 votos contrários, o PL destina as vagas de cargos referentes ao Poder Judiciário para aqueles e aquelas que se autodeclararem pretos ou pardos, no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pelo IBGE. A reserva de vagas será aplicada a todos os concursos públicos, desde que o número de vagas oferecidas seja igual ou superior a três.

Na justificativa do projeto, o TJRS argumentou que a adoção de ação afirmativa na reserva de cotas para negros nos concursos públicos constitui medida positiva proposta pelo Estado como resposta concreta à correção da desigualdade de acesso ao setor público, oriunda das diferenças sociais decorrentes da história brasileira mediante a qual, salvo exceções, a raça negra é descendente do regime escravocrata, o que por si só é prova manifesta da luta pela igualdade de condições ao trabalho, ainda que decorridos mais de 350 anos desta prática desumana .

única juí­za negra no TJRS (além dela, há apenas um juiz negro no tribunal), Karen Luise Souza afirmou, em entrevista à TVT, que, mais do que uma reparação histórica, se trata de um projeto e de uma lei de verdadeira inclusão racial dentro do Poder Judiciário . A magistrada registra que, embora a resolução 203/2015 do Conselho Nacional de Justiça tratasse do assunto, agora temos uma legislação gaúcha que reserva essas vagas A juí­za de direito acredita que a aprovação do projeto demonstra uma resposta da sociedade e uma aprovação no sentido de que sim, o Poder Judiciário deve ser diverso e deve promover a inclusão racial .

Também em entrevista à TVT, o servidor do Judiciário Estadual Luis Mendes, que integra o Coletivo pela Igualdade Racial do Sindjus/RS, disse que será necessária fiscalização para que a lei seja cumprida e projeto seja colocado em prática de forma correta.

Em série de matérias, Sintrajufe/RS ouviu colegas sobre ações afirmativas no Judiciário Federal

O Sintrajufe/RS publicou, no final de 2020, uma série de matérias com colegas negros e negras. O sindicato ouvi tanto quem estava ingressando na 1ª Instância da JF e no TRF4, naquele momento, por meio de polí­ticas afirmativas, quanto servidores e servidoras negros que já estão há mais tempo no Judiciário Federal. Representatividade, contas, carreira, racismo institucional são alguns dos assuntos abordados.

Colegas negros e negras apontam que é preciso avançar muito no que se refere a representatividade no Judiciárioparte 1

Colegas negros e negras apontam que é preciso avançar muito no que se refere a representatividade no Judiciárioparte 2

Colegas negros e negras falam sobre polí­ticas afirmativas e representatividade no Judiciário

Colegas negros e negras falam sobre polí­ticas afirmativas e representatividade no Judiciárioparte 2

Sintrajufe/RS publica texto final da série com colegas que ingressaram recentemente por polí­ticas afirmativas na 1ª Instância da JF e no TRF4

Sintrajufe/RS, com informações de Sul 21 e TVT