SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Bolsonaro e Guedes apresentam plano para entregar setores estratégicos ao setor privado, incluindo hospitais de Porto Alegre e Trensurb

Nessa quarta-feira, 29, o governo federal divulgou o plano denominado A reconstrução do estado . Elaborado pelo ministério da Economia, comandado pelo banqueiro Paulo Guedes, o plano tem como objetivo a privatização de diversas empresas públicas, incluindo setores como a saúde e os transportes.

O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e a Trensurb aparecem listadas como em processo de desestatização , juntamente com a Casa da Moeda, os Correios, a Dataprev e diversas outras empresas públicas. O Hospital de Clí­nicas de Porto Alegre integra a lista de empresas passí­veis de desestatização , ou seja, que estão em um estágio anterior desse processo, mas que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes tem a intenção de retirar do povo brasileiro para entregar aos mais ricos. Também está nessa lista a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que coordena uma rede de 40 hospitais universitários voltados para a educação em saúde pública e atendimento médico-hospitalar público e gratuito.

Setores estratégicos afetados

Bolsonaro e Guedes pretendem concluir a venda de 300 ativos até janeiro de 2022. Setores estratégicos serão afetados, tornando o lucro o objetivo fundamental dos operadores principais em áreas como saúde, comunicação, energia e gás, ensino, pesquisa e tecnologia, emissão de moeda e produção de hemoderivados para pacientes do SUS. Nos próximos meses, o governo deve enviar ao Congresso dois projetos de lei, um para a reinclusão da Telebrás no PND e outro para quebra de monopólios dos Correios, da Casa da Moeda e da Empresa Brasileira de Comunicações, além de uma Proposta de Emenda à Constituição para privatizar a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que produz medicamentos hemoderivados por meio de biotecnologia para atender prioritariamente SUS.

Entrega do Estado e desmonte dos serviços públicos

A polí­tica que Guedes chama de desestatização , na prática a entrega do que é público ao capital privado, é parte da agenda que o governo Bolsonaro vem tentando implementar no sentido de desmonte do Estado e redirecionamento dos recursos e dos equipamentos de prestação de serviços para os grandes empresários e o mercado financeiro. Alinha-se, assim, às insistentes tentativas de redução dos salários dos servidores, às buscas por acabar com a estabilidade no serviço público e à redução dos investimentos em saúde, educação e em outros setores fundamentais para garantir a dignidade de brasileiros e brasileiras.

O estrangulamento dos serviços públicos, impulsionado durante o governo de Michel Temer (MDB) com a emenda constitucional 95/2016, que congelou os investimentos, vem sendo ampliado com Bolsonaro e Guedes. Utilizando uma velha estratégia de manipulação, buscam precarizar os serviços e desmontar as empresas públicas para justificar sua privatização.

Em meio à pandemia do novo coronaví­rus, chama atenção que o governo retome e reforce a tentativa de entregar hospitais e grupos hospitalares que são referência em saúde pública para o setor privado. Chama atenção, mas não surpreende: a polí­tica do governo é, a cada declaração e a cada medida, a polí­tica da morte, que já nos levou milhares de vidas e que ameaça jogar o paí­s em uma situação limite, com potencial de nos tornarmos o grande centro da crise epidemiológica global. As tentativas de transferir o patrimônio público para quem só visa o lucro estão diretamente conectadas com essa polí­tica.

Veja a lista de empresas colocadas em processo de desestatização :

Agência Brasileira Gestora de Garantias e Fundos Garantidores (ABGF)

Casa da Moeda

Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)

Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)

Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas)

Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec)

Companhia Docas do Espí­rito Santo (Codesa)

Controle de Segurança dos Portos (Codesp)

Correios

Dataprev

EBC

Empresa Gestora de Ativos (Emgea)

Grupo Hospitalar Conceição (GHC)

Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep)

Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)

Telebrás

Trensurb

Com informações do jornal Extra Classe.